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Corpo de manicure assassinada no Laranjal é sepultado no Pacheco, em São Gonçalo

Ana Caroline, de 29 anos, foi morta a facadas pelo namorado

Escrito por Ana Carolina Moraes | 09 de junho de 2021 - 13:30
Sepultamento aconteceu no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco
Sepultamento aconteceu no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco -

Lágrimas e o sentimento de indignação marcaram o enterro da jovem Ana Caroline Felício, de 29 anos, no Cemitério Parque da Paz, nesta quarta-feira (09). Ana estava com suas três filhas quando foi assassinada a facadas pelo namorado, Marcus Vinicius Lemos Batista, de 42 anos. Segundo informações, ele não teria aceitado bem um suposto término de namoro com a vítima. 

O tio da vítima Vicente Lopes de Carvalho, de 54 anos, contou que Marcus Vinícius ameaçou Ana outras vezes, mas que ela não acreditava que algo de ruim pudesse acontecer. “Ele era um cara caladão, sonso. Ficava vigiando a Ana, passava de moto onde ela estava e a ameaçava. Tudo ela contava pra gente, mas dizia que ele não teria coragem de fazer nada com ela. Descobrimos que ele ficava com outra mulher e era amante da minha sobrinha, mas a Carol não sabia disso e nem a gente. Soubemos que ele tinha outra família antes, mas ele dizia que tinha terminado com a mulher pra ficar com a Carol. Descobrimos agora que ele ainda estava com a antiga mulher, pois ela postou no Facebook falando dele depois do crime”, contou o aposentado. 

Além de Ana Caroline, o acusado Marcus Vinícius também esfaqueou a filha de 5 anos da vítima e os pais dela José e Leda Felício, que seguem internados no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê. Segundo informações do hospital, os pais de Ana estão estáveis, mas a filha dela de 5 anos continua em estado grave. As outras duas filhas da jovem não se machucaram, porque o avô delas, seu José, mesmo ferido, teria empurrado as crianças para baixo da cama para evitar que se ferissem. 

“Ele, na hora, achou que tinha matado todo mundo, mas deve ter visto na TV que não. No dia do crime, ele conversou com a gente às 17h e estava normal, pras 23h e pouca ele vir matar todo mundo. Infelizmente, ele tinha a chave da casa, os dois tinham uma conta corrente conjunta no banco e descobrimos agora que ele fugiu com os documentos dela”, contou o tio de Carol. 

Ana trabalhava como manicure e vendendo hambúrguer enquanto o seu pai era pastor de uma igreja localizada na região. 

 

Um dos membros da igreja União de Deus, do pastor José Felício, pai de Ana Caroline, contou como foi toda a situação para a família e como foi dar a notícia da morte de Ana para os pais. 

“Ele teve problemas na respiração após o ocorrido e está no hospital junto à esposa, a Leda. Eles não sabiam da morte da Ana e me perguntaram o que tinha ocorrido. Eu contei e eles choraram muito. Agora, quando eles saírem do Heat, que deve ser hoje ou amanhã, vou levá-los para a minha casa para ficarem comigo. As outras duas crianças da Ana que não se feriram também estão comigo. Para uma, a mais velha, 9 anos, eu contei o que houve e que a mãe faleceu, já para a outra, ela ainda não entende muito”, contou Júlio César Franco que, além de atuar na igreja da família, era amigo dos Felício há anos e morou na casa da família por um período quando precisou. 

Sobre Ana, o evangelista não poupou elogios. “Era um menina guerreira, trabalhadeira, responsável, ajudava os pais e também as pessoas de fora. Já o Marcus, eu até conheci no início, quando ele frequentou nossa igreja, mas depois parou de ir. Não tinha amizade com ele. Marcus dizia pra Ana que havia terminado com a outra esposa, mas agora sabemos que é mentira. Conheci sim, mas não tinha amizade porque faz parte do cristão. A Ana só estava apaixonada, não conseguiu dar certo no primeiro e nem no segundo casamento e tentou nesse. Quem julga é Deus, mas acho que a vingança é divina”, contou ele. 

Ontem (08), O SÃO GONÇALO conseguiu falar com um dos vizinhos da vítima, que relatou um pouco sobre a história de Ana e Marcus, que namoravam há mais ou menos dois anos. "Ele conheceu ela na igreja do pai dela. Os pais do Marcus moram no Jardim Catarina, mas ele veio morar em Guaxindiba com uma outra mulher e os filhos dele. Já a família de Ana morava aqui há 40 anos. A partir daí, o Marcus começou a frequentar a nossa igreja (do pai de Ana) e as filhas dele até cantavam no nosso coral e foi então que ele conheceu a Ana Caroline. Começaram a namorar e, segundo o que o Marcus dizia, ele havia terminado com a outra mulher dele para ficar com a Ana, mas agora estamos vendo que isso pode ser mentira. Num geral, o relacionamento deles era bem normal, sempre vimos um comportamento tranquilo do Marcus, nunca vi briga entre eles. O Marcus se afastou da nossa igreja há pouco tempo, mas eu não imaginava que ele chegaria nesse ponto de matar a Ana. Eu acredito que o crime foi premeditado", disse ele que preferiu não se identificar. 

Na ocasião, o vizinho, que também é frequentador da igreja relatou a OSG que uma das filhas de Ana viu Marcus pegando uma faca para cometer o crime. “Disseram que a criança viu e perguntou pra ele o que ele ia fazer com aquela faca e o Marcus respondeu que iria cortar carne”, contou ele. 

Sobre o caso, o delegado Mário Lamblet, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), afirmou que se trata do crime de feminicídio. "O Marcus vai responder por homicídio triplamente qualificado (incluindo premeditição, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio) e por outras três tentativas de homicídio", disse o delegado. A polícia encontrou duas das facas utilizadas por Marcus para cometer o crime.

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Informações apontam que o acusado era possessivo e ciumento com a vítima. Marcus teria cometido o crime, supostamente, por não aceitar o fim do namoro com Ana. A polícia segue investigando o caso. Marcus não tinha passagens pela polícia.

O acusado segue foragido e qualquer informação deve ser denunciada ao Disque-Denúncia (pelo número (021) 2253-1177 ou à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI).

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