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Produtor de eventos de SG é vítima de fake news sobre sua sexualidade e se defende: "inventado"

O caso ocorreu na última sexta-feira (31)

Escrito por Redação | 05 de agosto de 2020 - 12:20

Por Ana Carolina Moraes*

O produtor de eventos Juan Oliveira, de 29 anos, morador do Jardim Catarina, em São Gonçalo, sofreu um episódio conturbado de difamação na última sexta-feira (31). Isso porque começaram a circular na internet áudios de um homem afirmando que Juan era homossexual e que vivia chamando meninas para sair e não pagando nada para elas. No áudio, ainda é possível ouvir palavras de baixo calão sendo direcionadas para Juan. Além dos áudios, também começaram a circular fotos de um rapaz com uma calcinha e fotos do produtor de eventos com um de seus amigos homossexuais. Com as fotos, as pessoas começaram a dizer que Juan e esse amigo teriam um caso. No entanto, Juan afirma que tudo não passa de mentira e difamação e resolveu esclarecer tudo o que foi dito sobre ele.

No áudio em questão, quem gravou a mensagem utiliza expressões chulas e termos homofóbicos, como a palavra 'viado', para se dirigir ao produtor de eventos. O morador do Jardim Catarina ainda é chamado de "playboy" na gravação. Em uma das fotos que acompanham o áudio, está um rapaz de calcinha. Juan justificou essa foto afirmando que estava usando uma fantasia de carnaval em 2017 para ir a um bloco. Na outra imagem, de Juan com seu amigo gay, o produtor de eventos afirmou que não tem preconceito e que estava comemorando o aniversário com o amigo, mas que não tem nenhum envolvimento amoroso com o mesmo.

Em entrevista ao jornal O SÃO GONÇALO, Juan se defendeu dos ataques que sofreu. "Eu só fiquei sabendo do ocorrido no sábado (01) de manhã, quando meus amigos começaram a me enviar as fotos e o áudio em questão. Essa pessoa no áudio está me difamando e me discriminando. Eu não tenho problema nenhum com quem é homossexual, cada um sabe de si, mas eu não sou, é tudo inventado", afirmou o produtor de eventos. 

Juan ainda relatou que percebeu que o ocorrido tinha tomado proporções enormes quando foi a um shopping no dia seguinte (02) e se sentiu discriminado. "Um dia depois disso, eu fui no shopping com amigos e me senti constrangido, pois todos estavam me olhando. Senti o preconceito que todo gay sofre diariamente, senti essa discriminação, mesmo não sendo", afirmou o morador do Jardim Catarina. 

Sobre a parte do áudio na qual o homem que difama Juan afirma que ele chama as meninas para sair, mas não paga nada para elas, Juan se posicionou. "Em pleno século 21, as pessoas com esse preconceito. Isso nunca deveria ter existido. Nesse áudio, foi falado que eu chamo as meninas para sair e não pago nada, as mulheres hoje são independentes e não precisam de homem para nada. A mulher tem seu trabalho e seu sustento. É um pensamento arcaico", disse ele.

Juan também se posicionou sobre o ocorrido em seu Instagram. Em um vídeo de cerca de 2 minutos, Juan explica um pouco do caso que sofreu de difamação. "Todo mundo sabe que eu não tenho nada contra gay, cada faz suas escolhas, cabe a você. Eu tenho muito orgulho dos meus amigos gays, tenho muitos amigos, trato todos iguais... Também nesse áudio vem falando que eu chamo as meninas para sair e não pago nada. Em pleno século 21, que as mulheres são independentes e não precisam de homem para nada. Minhas amigas saem comigo, pois gostam de mim, gostam da minha pessoa. Eu não obrigo ninguém a sair comigo", afirmou ele no vídeo.

Ainda na postagem, ele fala sobre a alegação de que teria uma suposta "boquinha" na Prefeitura. "Também nesse áudio vem falando que eu tenho uma suposta boquinha na Prefeitura. Todo mundo sabe que eu trabalho numa casa de festa, com aniversário de 15 anos e casamento, sou produtor de evento, vendo camarão. Ele (o homem que grava o áudio) também vem falando que eu sou playboy, todo mundo sabe que eu sou morador do Catarina e não ostento nada, a única coisa que eu ostento são amizades", disse Juan que ainda finalizou agradecendo o apoio de todos e dizendo o slogan "A favela venceu", simbolizando seu crescimento e vitória nessas questões e na vida política. Ele também utilizou a "#ocaladovence".  

* Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas 

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