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Passarelas da rodovia RJ-104 oferecem riscos a pedestres

A rodovia corta três cidades, mas encontra-se abandonada

Escrito por Redação | 10 de julho de 2019 - 09:42

Há pouco mais de um ano, o Governo do Estado anunciou um pacote de privatizações de rodovias estaduais que tinha como objeto principal a Rodovia Amaral Peixoto. A informação foi dada após décadas de abandono e chegou a animar motoristas que trafegam pelo local todos os dias.

Apesar da RJ-104, que corta Itaboraí, São Gonçalo e Niterói, não estar inicialmente incluída neste pacote, acreditava-se que o ‘refresco’ dado ao governo, possibilitaria a melhora dos mais de 25km de estrada que corta as três cidades. Mas as privatizações não aconteceram e as melhorias nas estradas também não.

A única novidade, desde então, já sob o governo de Wilson Witzel, foi que o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) iniciou, ao custo de R$ 33 milhões, a instalação de radares de velocidade, monitorados por câmeras e com emissão de multas contra motoristas infratores. Os radares foram divididos em três lotes. No trecho da RJ-104 e RJ-106 que liga Niterói a Região dos Lagos o valor de R$ foi de 11 milhões.

Apesar do montante investido, a população ainda não percebeu nenhuma melhoria. Mato alto, buracos, falta de placas de sinalização e iluminação insuficiente são algumas queixas de quem trafega pela RJ-104. Mas esses não os únicos problemas, na manhã de ontem, a equipe de O SÃO GONÇALO percorreu a rodovia e ouviu queixas em relação a má conservação de passarelas e também a não existência delas em locais considerados de alta periculosidade para travessia.

No bairro do Coelho, em São Gonçalo, a principal queixa é quanto a distância entre uma passarela e outra ao longo da rodovia. A aposentada Nely Souza, 70, afirma que é preciso andar muito para conseguir atravessar, já que onde ela mora não existe nenhum tipo de redutor de velocidade.

“É um absurdo! Precisamos vir de longe para atravessar com segurança’, mas a própria passarela nos oferece riscos. No ponto mais alto, buracos enormes dificultam nossa passagem”, reclamou a idosa.

O filho da aposentada concorda, e acrescenta que falta manutenção. “A base da passarela está toda corroída. É muito perigoso. Nós temos muito medo de passar por aqui. Mas precisamos nos arriscar, já que são comuns atropelamentos nessa região”, contou.

Numa passarela na altura de Alcântara, além das mesmas situações registradas, há lixo e fios de alta tensão dificultando a passagem dos pedestres. Priscila Araújo, 40, e Sebastiana de Souza, 55, que passavam pelo local, confirmaram a situação.

“É lixo para tudo que é lado, guarda corpo enferrujado. E se for uma pessoa alta, precisa se abaixar para passar sob os fios de alta tensão”, explicaram.

DER informa que só com multas haverá recursos

Se para uns, o problema é a falta de manutenção das passarelas, para outros é a falta delas. No Laranjal, moradores se arriscam diariamente em uma travessia extremamente perigosa. Em alguns minutos no local, OSG presenciou diversas pessoas com dificuldade por conta do excesso de velocidade dos veículos.

“Já fizeram um abaixo assinado para instalarem uma passarela aqui, mas sempre dizem que não é possível”, disse a dona de casa Joyce Dias, 36.

O DER informou em nota que “iniciou o processo licitatório para contratação de um estudo para a RJ-104, que ajudará na restauração de passarelas, novos pontos de passarelas, pontes e viadutos, contenção e drenagem da rodovia. Segundo o artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro, a receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito”.

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