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Coreia do Sul é 'descoberta' pelo K-pop que virou sucesso no mundo

Um dos fenômenos sul-coreanos é o grupo BTS

Escrito por Redação | 06 de janeiro de 2019 - 10:11

Por Rennan Rebello 

O k-pop é um estilo musical oriundo da Coreia do Sul que vem se consolidando entre os públicos adolescente e jovem no Brasil. E na região metropolitana do Rio não poderia ser diferente: os adeptos seguem seus grupos favoritos na internet, e também movimentam o mercado consumindo produtos, organizando eventos, viajando para shows e aprendendo coreano, além de conhecerem mais sobre a cultura do país localizado geograficamente no extremo oriente

No Complexo do Caramujo, na Zona Norte de Niterói, mora uma das principais fãs do estilo, a técnica em química, Samantha Barbosa, de 22 anos, que além da paixão pelo grupo sul-coreano BTS, viu neste frenesi, uma oportunidade de negócio.

“Além de ser técnica em química, cursava física na UFRJ mas decidi trancar meu curso para me dedicar a minha loja virtual, a ‘Fire K-Store’, para vender produtos relacionados a grupos de k-pop junto com a minha amiga Bruna Bernardo, de São Gonçalo. Felizmente tudo tem dado muito certo e em apenas dois anos de ‘lojinha’ conquistamos clientes”, disse Samantha que importa produtos sob encomenda diretamente da Coreia, desta forma, executando assim, o papel de intermediária, do qual pretende seguir profissionalmente.

“Comecei a escutar k-pop, em 2009, quando uma amiga me apresentou o ‘After School’ (grupo feminino) passei a entender todo este universo e sua relação comercial, por exemplo, diferentemente do Brasil, onde os artistas procuram uma gravadora, lá em Seul (capital sul-coreana), as empresas como a ‘Big Hit’ e ‘Pledis’ que selecionam os integrantes dos grupos através de audições. Futuramente penso em ser um ‘elo’ de intermediação entre estas companhias com o público brasileiro”, disse a jovem empreendedora que também está aprendendo coreano, embora não pense em deixar o Rio.

“Apenas sei falar o básico do idioma mas estou estudando pela internet para ter facilidade em entender as músicas e também para poder ler assuntos do gênero que são escritas em hangul (letras do alfabeto coreano) e como estou neste mercado, isso acaba sendo uma ferramenta. Porém, não pretendo viver lá, pois a cultura é bastante diferente e enxergo um potencial local. Nacionalmente, o mercado mais forte é em São Paulo, que inclusive tem um bairro coreano, o Bom Retiro. Já no Rio de Janeiro, tenho a possibilidade de ser uma das pioneiras tanto que viso em estruturar uma loja física e organizar mais eventos nesta área, como já faço”, falou.

Recentemente com o lucro da ‘lojinha’ Fire K-Store que realiza suas vendas por meio do Twitter, Facebook e Instagram, Samantha, teve a possibilidade de ir a Europa, e o motivo, mais uma vez, foi seu grupo favorito, o BTS.

“Eu já tinha ido a shows do BTS, em São Paulo, e a ideia de ir assistir a uma apresentação deles, em Armsterdam, foi meio que por acaso, junto minhas amigas Amanda e Karoline. Nós planejamos a viagem após olharmos na internet que eles fariam uma turnê europeia, aproveitamos também para fazer turismo e conhecer novas culturas. Após o show na Holanda, fomos a Paris e Berlim, mas na França e Alemanha, ficamos no entorno pois não tínhamos ingressos”, relembra.

Apesar da pouca idade e de ter tomado decisões difíceis em sua vida como em trancar um curso superior em uma faculdade pública para se dedicar a um negócio, causou um estranhamento, por parte de seus pais, com os quais vive até hoje. No entanto, em pouco tempo passou a ter apoio dentro de casa.

“Meu pai é taxista e no início me questionou sobre minha decisão mas passou apoiar apesar de não entender muito e minha mãe apoiou de imediato e ela até gosta do BTS. Atualmente, além de trabalhar com o que gosto, passei a ajudar nas despesas”, revelou Samantha que projeta a curto prazo voltar para a universidade mas desta vez para cursar Comércio Exterior como forma de qualificação em suas ambições no mercado da cultura pop sul-coreana.

O que é K-Pop?

K-pop (pronuncia-se ‘Key pop’) significa música pop coreana (Korean Pop Music) que passou a se popularizar na Coreia do Sul na década de 90, que mescla inúmeros ritmos que vão do hip hop ao jazz.

Um dos ícones mais famosos deste estilo é o BTS (’Bangtan Sonyeondan’) que significa, de forma literal, ‘Bulletproof Boys‘ (Garotos a prova de bala) mas em 2017 passou a ser também conhecido ‘Bangtan Boys’ , ou seja, ‘Beyond the scene’ (Além da Cena, em português), porém a sigla segue inalterada.

Outro ponto de popularização do grupo foi a campanha ‘Love Myself’ (Ame a si mesmo) onde destina uma quantia em dinheiro para apoiar jovens que sofrem abusos sexuais e transtornos e em setembro do ano passado discursaram 73ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre isso.

Influência pop sul-coreana no cotidiano

Também em solo niteroiense, mas precisamente no bairro de São Domingos, na Zona Sul da cidade, onde vive a dançarina Daniela Alvim, de 22 anos, que é tão fã de k-pop a ponto de utilizar esta expressão cultural asiática como estilo de vida e objeto de estudo para seu trabalho de conclusão de curso de licenciatura em dança intitulada como: ‘O k-pop na arte carioca – Um fenômeno em expansão’, onde também contextualiza a história do gênero em paralelo que a história contemporânea do país. O TCC foi defendido em julho deste ano.

“Conheci o k-pop, em 2010, e foi amor a primeira vista, os meus grupos favoritos são o ‘Super Junior’ e ‘Beast’ (atualmente se chamam ‘Highlight’) a me me inspiro na ‘HyunA’ (cantora e ex-integrante do 4Minute) para meu corte de cabelo, roupas e estilo e eu tive a ideia de fazer esta monografia, por ser algo que convivo e minha orientadora adotou o tema e achou super contemporâneo”, disse Daniela que atua como professora de dança onde também utiliza o k-pop como ferramenta de trabalho.

“Eu dou aula stiletto e baby class, além de k-pop, atualmente trabalho na Companhia de Dança Elizete Mascarenhas mas também ensinoatravés de aulas particulares”, finalizou.

Para quem quiser aprender as coreografias deste estilo musical basta entrar em contato Daniela pelo perfil do Instagram: @danialvimof.

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