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‘Eu me sinto abandonado’

Ex-fuzileiro luta na Justiça por reforma na Marinha após ser obrigado a dar baixa, mesmo doente

Escrito por Redação | 23 de janeiro de 2017 - 10:30

Por Marcela Freitas

Primeiro colocado no curso de formação de Soldados de Fuzileiros Navais, da turma de 1983, o ex-combatente Marco Aurélio de Souza Silva, 52 anos, morador do Engenho Pequeno, em SG, hoje amarga o esquecimento da Marinha, instituição a quem dedicou anos de luta.

Marco conta que em 1987, com quatro anos de corporação, durante um serviço no Batalhão de Manutenção e Abastecimento, ele passou mal com um quadro de cefaléia forte, perdeu a consciência e e teve convulsões, sendo levado para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio.

Após retornar ao batalhão, e fazendo acompanhamento psiquiátrico, ele foi retirado do setor de guarda armada e encaminhado ao administrativo. Com cinco anos na corporação ele foi chamado para um conversa por seus superiores e informado de que deveria assinar sua baixa.

“Fiquei surpreso com a ordem porque havia engajado para os cinco anos. Não pedi baixa e amava o que fazia. Tentei desfazer aquele mal entendido, e a resposta que recebi foi : ‘seu tempo terminou! Assina ou vai preso’. Com lágrimas nos olhos fui forçado a assinar e interromper meu sonho de carreira militar”, relembrou.

Marcos Aurélio conta que antes do impedimento de saúde, nunca havia faltado ao serviço e nem preso por mau comportamento. “Não havia motivo para minha dispensa. Tentei dialogar várias vezes, mas sem sucesso. Busquei trabalho civil, mas nunca tive prazer em fazê-lo. Por isso, ingressei com uma ação em 2013 para pedir meu reingresso na Marinha”, contou.

Marco conta que sonha com o dia em que voltará a fazer aquilo que gosta. “Meu sonho sempre foi ser militar e me dediquei com afinco a isto. O que fizeram e ainda fazem comigo é uma maldade”, lamentou ele que tem algumas complicações de saúde e, mesmo assim, é impedido de fazer tratamento no hospital da corporação. Em nota a Marinha do informou que “o ex-soldado fuzileiro naval Marcos Aurélio de Souza Silva pleiteia judicialmente sua reforma junto à União Federal. Destaca-se que, anteriormente, por sentença da 3ª Vara de São Gonçalo-RJ, foi declarado prescrito o direito, bem como extinto o processo, cabendo à Marinha do Brasil apenas o cumprimento das decisões judiciais”.

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