"Não sou Cláudia Raia e nem Vera Verão, sou a Laurinha do camarão" : Por onde anda a gonçalense sucesso nas praias de Niterói?

São Gonçalo é um celeiro de talentos que levam sua arte para todo o Brasil, até mesmo aqueles que não têm intenção de se tornarem famosos, acabam conquistando o público e viram referência na internet. Este é o caso de Laura Pontes da Silva, mais conhecida como Laurinha do Camarão. O SÃO GONÇALO conversou com a vendedora depois de quatro anos para saber como está a situação dela, que voltou a virar meme na web com seus bordões.

Com o relaxamento das medidas de isolamento social, Laurinha do Camarão voltou à ativa. “É o camarão da Laurinha, comeu, gamou!”, “E não é picolé não é pirulito, é o camarão no palito’, “Não é acerola, não é Jamelão, é a Laurinha do camarão”, já podem ser ouvidos por quem passa na orla da Praia de Charitas. Apesar do retorno, Laurinha conta que a situação não é nada fácil. A pandemia foi uma barreira na sua caminhada e ela segue na busca pelo seu sonho.

“Por conta dessa pandemia as vendas caíram muito. O pouquinho que ganho só dá mesmo para alimentação e educação das minhas crianças. Mas eu não desisto de sonhar, e eu sonho em reformar minha casa e fazer um restaurante/pensão, porque daqui alguns anos não vou aguentar andar nas areias da praia e preciso ter um estabelecimento. Eu creio em nome de Jesus que vou conseguir realizar meus sonhos, faço até um apelo para que algum programa, empresário, possa me ajudar a realizar meus sonhos”, contou Laurinha do Camarão, que teve uma infiltração na sua casa na Trindade, em São Gonçalo, com risco de desabamento, precisando de reparos urgentes.

Depois de viralizar na internet, Laurinha chegou a marcar presença em programas de TV, como o da Eliana e do Rodrigo Faro, mas não conseguiu mudar a sua realidade.

“Já fui em alguns programas,  mas ainda não tive o privilégio de conseguir um dinheiro suficiente pra realizar o meu sonho.”

História

Laurinha do Camarão, que é moradora de São Gonçalo, ficou famosa na web com seus bordões para vender o produto na praia de Charitas, em Niterói. Apesar da alegria estampada no rosto, ela passou por muitas perdas ao longo da vida.

“O pai dos meus filhos me abandonou com eles ainda pequenos. Eu comecei a catar cobre, ferro e vender, mas eu queria um trabalho. A igreja me ajudava com roupas, alimentos e calçados, mas era muito sofrimento. Em Trindade, muitos vendem camarão e eu comecei a vender também. Comecei minha jornada em Charitas, em Niterói, 20 anos atrás. Eu pego dois ônibus até lá e vou pedindo a Deus inspiração para criar as rimas.”

“Eu criei cinco filhos e sete netos sem marido, Deus nunca me deixou esmorecer, nem desistir. Ainda tive muitas dores, eu perdi em 2016 um filho com 16 anos e em 2019 eu perdi mais um filho com 37 anos.”, lamentou Laurinha.

A história de Laurinha é de muita superação e força, e ela não  vai parar. Quem passar pela orla de Charitas verá a personagem marcante da cidade correndo atrás das suas vendas e dos seus sonhos nas areias da praia.

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O Drama de Laurinha 

Estagiário sob supervisão de Marcela Freitas*