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"Música dele é mais lesiva do que um tiro de fuzil", diz secretário sobre MC Poze

Para a polícia, MC Poze do Rodo também pode estar envolvido em outros crimes, como lavagem de dinheiro; O cantor foi preso em casa na manhã desta quinta (29)

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 29 de maio de 2025 - 12:29
De acordo com o delegado Felipe Curi, as músicas do MC são um “instrumento de propaganda do Comando Vermelho”
De acordo com o delegado Felipe Curi, as músicas do MC são um “instrumento de propaganda do Comando Vermelho” -

Uma coletiva de imprensa realizada na Cidade da Polícia horas após a prisão do MC Poze do Rodo - preso nesta quinta-feira (29) em casa - contou com a presença do secretário estadual de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, delegado Carlos Oliveira, subsecretário operacional da Polícia Civil e delegado Moysés Santana, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

De acordo com o delegado Felipe Curi, as músicas de Marlon Brandon Coelho Couto, o MC Poze do Rodo são um “instrumento de propaganda do Comando Vermelho”.

Curi disse também que as canções de Poze “extrapolam e muito qualquer tipo de manifestação cultural, artística ou de qualquer tipo de liberdade de expressão”.

“As músicas desse falso artista têm um alcance incalculável e muitas das vezes são muito mais lesivas do que um tiro de fuzil disparado por um traficante", afirmou Curi.


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Para delegado Moysés Santana, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), MC Poze do Rodo também pode estar envolvido em outros crimes, como lavagem de dinheiro.

Além da prisão temporária, que pode durar até 30 dias, a DRE cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao artista, onde foram recolhidos joias, celulares e um carro de luxo com cor adulterada, originalmente preto. O veículo da marca BMW estava pintado de vinho sem o devido registro legal.

BMW X6, avaliada em mais de R$ 1 milhão, foi levada para a Cidade da Polícia
BMW X6, avaliada em mais de R$ 1 milhão, foi levada para a Cidade da Polícia |  Foto: Divulgação/Polícia Civil

O delegado Carlos Oliveira, subsecretário operacional da Polícia Civil, afirmou que a instituição “não criminaliza a arte e a cultura”. “Essa é uma investigação contra pessoas que usam essa ‘arte’ para cooptar pessoas para cometer delitos.”

“Eles se misturam para influenciar e montar uma armadilha para cooptar jovens, fazendo que a mão de obra dessas organizações não falte. Nós não falamos de questões sociais, filosóficas e ideológicas. Falamos de crimes, o que foi apreciado pelo MP e expedido um mandado por um juiz”, disse.

Prisão do artista

Poze foi preso no fim da madrugada desta quinta-feira (29) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do Rio. Poze é investigado por apologia ao crime e por envolvimento com o tráfico de drogas.

Policiais cumpriram o mandado de prisão temporária na casa dele, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (veja acima).

Poze não quis dar declarações ao sair de casa nem ao chegar à Cidade da Polícia — apenas reclamou de estar algemado.

Atração do CV

De acordo com as investigações, Poze realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV), com a presença ostensiva de traficantes armados com fuzis, a fim de garantir a “segurança” do artista e do evento.

Ainda de acordo com a DRE, o repertório das músicas de Poze “faz clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo” e “incita confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.

A delegacia afirma que shows de Poze são estrategicamente utilizados pela facção “para aumentar seus lucros com a venda de entorpecentes, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes”.

“A Polícia Civil reforça que as letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos”, declarou a instituição.

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