Funcionários da Apae fazem manifestação em frente a Prefeitura de São Gonçalo
Luta é para receber repasses em atraso

Por Marcela Freitas
Cansados da inércia da prefeitura de São Gonçalo, funcionários, pais e alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) foram às ruas e colocaram a “boca no trombone” para cobrar explicações da gestão municipal sobre o “calote” que vem sendo dado à instituição que já chega a um ano e nove meses e inviabiliza a continuidade do entidade, que completará esse ano 48 anos na cidade.
Durante manifestação nas escadarias da prefeitura, no final da manhã de ontem, a direção da entidade foi convidada para uma reunião e ficou acordado o acerto de parte da dívida.
A luta da direção da Apae para receber a verba que ultrapassa os R$ 650 mil foi mostrado no mês passado por O SÃO GONÇALO. Cabe ao governo municipal repassar mensalmente a entidade cerca de R$ 18 mil mensais do Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), projeto da Secretaria Municipal de Educação, assim como os R$ 25 mil do repasse do SUS e os R$ 26 mil que deveriam ser depositados pela Secretaria Municipal de Assistência Social, não quitados há seis meses.
“Infelizmente já não temos mais como continuar. Hoje são 490 crianças e jovens atendidos na Apae que podem ficar sem as atividades que colaboram com seu desenvolvimento. A situação ficou insustentável. Eles sempre alegam falta de certidões. Mas como vou fazer certidões se eles não me pagam?”, questionou a presidente da Apae, Javanira Vieira Lira, de 72 anos.
Nilcedeia Castro, de 70 anos, mãe de Sergio Luiz, de 49, que há 40 anos é atendido pela Apae devido a uma paralisia cerebral, disse que não imagina a vida do filho sem o trabalho da instituição.
“Quando ele ingressou na Apae aos 9 anos, não falava e tinha dificuldades de relacionamento com as pessoas. Hoje, ele se comunica bem e se tornou outra pessoa. Na Apae, além das aulas, ele participa de oficinas e até da banda. Essa instituição é muito importante para mim e para muitos outros pais”, disse.
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