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Alunos celebram legado de professor e árbitro de jiu-jitsu morto em acidente em Niterói; “não tinha ninguém que não gostasse dele”

Felipe Barros, de 41 anos, sofreu acidente em São Francisco enquanto voltava para casa; sepultamento aconteceu na tarde desta quinta-feira (26)

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 25 de setembro de 2025 - 20:58
Familiares e amigos se despediram do atleta na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Barreto
Familiares e amigos se despediram do atleta na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Barreto -

Uma referência do esporte em São Gonçalo: foi assim que amigos e familiares de Felipe Barros definiram o atleta durante seu velório em Niterói nesta quinta-feira (25). O jornalista, professor e árbitro de jiu-jitsu, de 41 anos, morreu após um acidente de trânsito em São Francisco, Zona Sul de Niterói, na madrugada da última quarta (24). O corpo foi velado nesta tarde na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Barreto, ao lado do Cemitério Maruí.

Dezenas de pessoas prestaram homenagens ao lutador. Bastante comovidos, a esposa e outros familiares próximos de Felipe não estavam em condições de falar à imprensa. Entre os presentes, era consenso que o legado do atleta ia muito além do esporte. A lutadora Isa Lemos - que foi aluna de Felipe por nove anos e, atualmente, dava aulas junto dele - destaca que o professor fazia o possível para garantir que todos os interessados tivessem a oportunidade de treinar em suas aulas.


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“Eu não tinha condição de pagar minha mensalidade. Paguei o primeiro mês e, depois disso, ele me deu uma bolsa. Desde então, sempre trabalhamos juntos. Ele era como se fosse meu pai. Eu não sei muito o que fazer agora sem ele, mas vou fazer de tudo para esse legado continua vivo”, conta Isa.

"Ele era como se fosse meu pai", destaca atleta
"Ele era como se fosse meu pai", destaca atleta |  Foto: Enzo Britto

Felipe fundou a academia de jiu-jitsu A Tribo, na Parada 40, onde dava aulas de arte marcial para adultos e crianças. Segundo o amigo de longa data e aluno Guilherme Façanha, uma das preocupações do professor era o de fazer do esporte uma ferramenta de transformação social na vida dos alunos. 

“O legado que ele deixa é o do poder do esporte. A gente, que reside numa região mais carente, vê que tem crianças e jovens que tiveram sua vida mudada por esse trabalho. Ele fez isso ao longo de mais de vinte anos. Era um cara agregador”, destaca Façanha, amigo de Felipe há mais de 20 anos. 

"Era um cara agregador", destaca o aluno e amigo Guilherme Façanha
"Era um cara agregador", destaca o aluno e amigo Guilherme Façanha |  Foto: Enzo Britto

Uma outra preocupação do atleta com as aulas era atender a crianças com necessidades específicas. O amigo de infância Alberto Brito destaca a atenção que Felipe tinha com seu filho, que é autista e treina n’A Tribo. “Foi muito especial o jeito que ele cuidou do nosso filho. Foi carinhoso com ele. Pela quantidade de pessoas que você vê aqui no velório, você sabe como ele vai fazer falta. Ele potencializou o que ele aprendeu na vida e dividia com as pessoas, ajudava a quem precisava”, conta Alberto. 

"Ele potencializou o que ele aprendeu na vida e dividia com as pessoas", destaca pai de aluno
"Ele potencializou o que ele aprendeu na vida e dividia com as pessoas", destaca pai de aluno |  Foto: Enzo Britto

Felipe sofreu o acidente enquanto voltava de moto para casa. Ele acabou colidindo enquanto saía do Túnel Raul Veiga, na Zona Sul de Niterói. O árbitro de jiu-jitsu deixa a esposa, uma filha de 14 anos e dezenas de colegas de kimono. 

“Não tinha ninguém que não gostasse dele. Era um pai, um irmão, um amigo, um atleta muito especial. Deixou laços muito fortes. Machuca muito se despedir dele da forma como foi, mas deixa um legado enorme”, conclui o aluno e lutador Tadeu dos Santos. 

"Machuca muito se despedir dele da forma como foi", destaca aluno
"Machuca muito se despedir dele da forma como foi", destaca aluno |  Foto: Enzo Britto

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