STJD abre inquérito para investigar o atacante Bruno Henrique, do Flamengo
Camisa 27 é suspeito de forçar um cartão em jogo de 2023 que beneficiou familiares

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anunciou nesta quarta-feira (07) que abriu inquérito para investigar o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, após o atacante ter sido indiciado pela Polícia Federal no mês passado. Ele é suspeito de forçar um cartão amarelo em um jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023.
A ação do camisa 27 teria beneficiado apostadores, incluindo familiares, naquela época. O presidente do tribunal esportivo, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, recebeu as provas da investigação da Polícia Federal no começo desta semana e nomeou o auditor Maxwell Borges de Moura Vieira para fazer um relatório no prazo de 15 dias, prorrogáveis por mais 15.
Como não houve o pedido de suspensão preventiva, Bruno Henrique pode continuar jogando pelo Flamengo neste período. O clube se ampara na presunção de inocência para não afastar o atacante e aguardar o desfecho do processo. Ele já atuou seis vezes após o indiciamento, três vezes como titular e três vezes saindo do banco.
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Veja o despacho do STJD:
“Informo que, em resposta às solicitações de compartilhamento formuladas pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva e pelo Procurador Geral da Justiça Desportiva, a cópia integral do Inquérito Policial nº 2024.0082027-CGRC/DICOR/PF (PJe nº 0741636-90.2024.8.07.0001) foi oficialmente encaminhada a este Tribunal pelo Coordenador de Repressão à Corrupção da Polícia Federal, Delegado Daniel Mostardeiro Cola, nos termos de autorização judicial expressa para 'compartilhamento dos dados da presente investigação com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, pois pertinente com as atividades desenvolvidas pelo referido órgão'.
Considerando o conteúdo compartilhado em 5 de maio de 2025 e com fulcro nas atribuições conferidas pelo art. 81 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), determino de ofício a instauração de inquérito para apurar possível infração disciplinar cometida pelo atleta Bruno Henrique Pinto, do Clube de Regatas do Flamengo (CRF), relacionada a suspeita de manipulação de resultados.
Nos termos do art. 82 do CBJD, o Auditor Processante, Dr. Maxwell Borges de Moura Vieira, disporá do prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período, para conduzir a apuração e para apresentar relatório conclusivo.
Abra-se vista à Procuradoria do STJD para acompanhar o presente feito”.
No início do mês, a Justiça do Distrito Federal negou um pedido de parentes do atacante Bruno Henrique para decretar sigilo na investigação. Além disso, o juiz Fernando Brandini Barbagalo autorizou a Polícia Federal a compartilhar as provas colhidas até agora com o STJD.
A Justiça do DF ainda rejeitou um pedido do atacante Bruno Henrique para que reconsiderasse uma decisão anterior, em que havia autorizado o compartilhamento das mesmas provas com a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, instalada no Senado.