Conheça Joaca, cantor, compositor, poeta e produtor de Niterói, que 'passeia' por variados estilos
Artista, com experiência internacional no currículo, é nosso convidado da semana na série 'OSG Encontros'

O Niteroiense Joaca é o nosso entrevistado da série especial 'OSG Encontros'. Cantor, compositor poeta e produtor cultural, ele, que têm milhares de seguidores em suas redes sociais, pode ser visto se apresentando no circuito de entretenimento na região. O artista esteve nos estúdios de OSG, onde fez um balanço da carreira, com experiências internacionais, e também sobre projetos futuros, entre eles, o de voltar a participar de produções, como cantor solo, voltadas aos streamings'. Confira a entrevista completa de Joaca:
OSG: Vamos começar o nosso papo perguntando: como você se despertou para as artes?
Joaca: Ah, isso aí é uma história muito longa porque começou muito cedo. Desde criança, eu já era envolvido com instrumentos de percussão; criança mesmo, com 4 anos de idade. Eu tive a sorte de ter contato com amigos dos meus pais que eram envolvidos com música e com percussão. Então, eu já fiquei maravilhado com aquilo, quis aprender a tocar, pedia para me ensinar. Aí eu comecei a aprender alguns instrumentos de percussão. Imagina um menino de 4 anos de idade com um surdo de marcação.
OSG: Isso tudo aqui em Niterói?
Joaca: É, tudo em Niterói. Sou nascido e criado aqui.
Confira outras entrevistas da série:
➢ 'OSG Encontros' recebe Décio Machado, que há 40 anos, faz da cultura a 'arte de viver'
OSG: E aí você continuou a estudar, mas como veio a música assim mais à frente para você?
Joaca: Na verdade, eu costumo dizer - e eu acho que isso é uma grande verdade - a gente não escolhe, né? É a música que escolhe a gente. Eu tive alguns momentos na vida onde onde eu meio que me refugiei na música.
Comecei a conhecer os instrumentos, o teclado e tal. Descobri que eu tinha facilidade em tocar de ouvido e aí eu comecei a tocar alguns instrumentos de ouvido e, mais adolescente, eu descobri que também cantava. Isso foi realmente o que me encantou mais.
OSG: E qual foi a primeira música que você começou a cantar? Você se recorda?
Joaca: Foi o que hoje a gente chama de pagode retrô. É uma coisa que às vezes você está apaixonado, você está vivendo um momento triste ou está vivendo um momento muito feliz. A música você não escolhe, né? Mas, normalmente, você extravasa ela em algum momento desses.
Na verdade, a minha parte musical é muito misturada. Os meus pais ouviam muitas coisas diferentes, de MPB a Phil Collins. Então, eu tive muitas fontes para beber de músicas diferentes. Ocorreu uma versatilidade na minha carreira, porque eu passei a escutar a música sem ter um estilo tão definido.
O primeiro disco que eu ganhei foi o disco do Michael Jackson, o Thriller. Eu ficava ouvindo aquilo o dia inteiro. Foi uma das maiores influências que eu tive, até de voz.

OSG: Queria saber também sobre o nome Joaca. É um nome artístico?
Joaca: Na verdade, o nome Joaca é um apelido de colégio. O meu nome, na verdade, é André Joaquim. Eu costumo até a me apresentar como André Joaquim, só que não adianta, porque aqui todo mundo conhece como Joaca.
A gente acaba usando, porque ajuda na divulgação. Todo mundo já sabe quem eu sou pelo nome Joaca. Até os próprios contratantes preferem usar o nome Joaca, até porque eles conseguem um apelo maior de público, né?
OSG: Você, antes de começar a atuar profissionalmente, atuava em outra profissão? Fazia outra coisa?
Joaca: Eu tentei até fazer umas faculdades, mas infelizmente não deu porque eu comecei a cantar cedo e comecei a fazer parte de bandas cedo. Então o que acontecia? Eu começava a cursar as faculdades e começava a faltar aulas para ir aos ensaios. Aquilo se tornou muito prioridade na minha vida.
Eu não conseguia concluir porque era uma outra coisa que eu amava demais e não tinha como fazer uma escolha. Quando a gente ama uma coisa da forma como eu amo a música, a gente não consegue desfocar. A partir do momento que eu foquei mais naquilo ali, não deu pra fazer mais nada.
OSG: Tem artistas que começam como backing vocal e depois começam a fazer carreira solta. Você parece que foi solo direto. Você começou sempre como solista, não é isso?
Joaca: Sim, na verdade eu fazia parte de um grupo e eu era um dos três cantores. Só que os outros dois demoravam muito pra tirar as músicas que estavam sendo tocadas e aí isso dificultava um pouco o trabalho, até porque eles tinham a prioridade deles nos estudos.
Um deles é advogado hoje, o outro trabalha com administração. Na verdade, o cara que queria mesmo a carreira na música era eu.
Então, nisso fui passando a frente. Daqui a pouco eu já tava como principal. Daqui a pouco acabou o grupo e eu comecei a formar outros trabalhos meus. Também participei de muitas bandas de baile, muitas bandas conhecidas no Rio, tudo como vocalista.

OSG: Você chegou a morar no exterior?
Joaca: Não morei, passei um tempo lá. Fiz apresentações na Colômbia e fiquei uns meses em Viena, na Áustria, também trabalhando com uma parte de produção. Compusemos algumas músicas lá, mas um material todo feito em inglês. Por incrível que pareça, eu tenho mais facilidade em compor em inglês do que em português.
OSG: Você fala outros idiomas, né? E a gente tem visto aí que você tem sido muito visto nas redes sociais. Me conta como é que é essa sua rotina. Você está se apresentando quantas vezes por semana?
Joaca: Uma média de três vezes por semana em lugares diferentes e com trabalho diferente. Por exemplo, essa semana vou estar com um trio que eu tenho acústico - voz, violão, cajon - e vou estar em uma roda de samba que eu tenho também.
Eu procuro fazer coisas e estilos que eu me sinta bem para a gente poder agregar um pouco de valor ao que a gente faz. Não adianta eu forçar uma barra para fazer alguma coisa que, de repente, esteja muito na moda, mas que não seja uma verdade minha. Isso também tira a grande marca do artista que é reconhecida exatamente a originalidade.

Eu costumo dizer que cantar uma música muito conhecida, que esteja na boca de todo mundo, é muito fácil. Agora, você conseguir tocar o público com uma música que não está estourada, eu acho que o mérito é do cantor, do intérprete.
OSG: Quanto ao futuro, você tem planos para esse ano, musicalmente falando?
Joaca: A gente sempre tem vários objetivos, mas pretendo ainda lançar uma música que já foi gravada e está nas plataformas. Estou pretendendo fazer com que ela volte a ser trabalhada. É uma música do Sérgio Soares e do Gouveia que se chama 'Turbilhão de Amor'.
É um samba muito bonito, eu gosto muito dele e estou querendo colocar ele nas rodas de samba, porque eu acho que esse tipo de divulgação também é importante, até para atrair as pessoas para as plataformas.
Eu tenho muita coisa escrita em inglês também e eu acho que nada é impossível. A gente está num mercado no Brasil, mas eu acho que nada é impossível. Eu acho que a música boa é música boa em qualquer lugar do mundo.