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'Pagode do Adame' fala sobre nova formação, relembra origens em SG e escolhe sucessos favoritos

Grupo de samba e pagode, que ganhou fãs pelo Brasil, abre a série especial 'OSG Encontros', quadro de entrevistas, que serão publicadas no portal e redes sociais de 'O SÃO GONÇALO' de forma frequente

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 06 de junho de 2025 - 20:00
Os planos para a carreira são muitos para os artistas
Os planos para a carreira são muitos para os artistas -

Apesar da alcunha de "berço de talentos", São Gonçalo, assim como Niterói e outras cidades vizinhas, tem grande variedade cultural com projetos únicos e originais que, trilham o sucesso e vão ganhando simptaizantes pela vida afora. Antenado com o que acontece nesse contexto, O São Gonçalo dá início à série OSG Encontros -  com entrevistas, ao vivo e à cores, em produções variadas, com personagens de destaque na região, que fazem a direfernça e ganham espaço cada vez maior junto ao público. 

A série começa, em grande estilo, com um dos grupos de maior sucesso do pagode no país: o Pagode do Adame. Criado em São Gonçalo e por gonçalenses, o conjunto começou de forma despretensiosa e, desde 2019, tem conquistado destaque na cena, com mais de meio milhão de ouvintes mensais no Spotify. 

A atual formação é composta por Pedro Leitte (reco-reco), Farias (volcal) e Miguel Torres (pandeiro)
A atual formação é composta por Pedro Leitte (reco-reco), Farias (volcal) e Miguel Torres (pandeiro) |  Foto: Enzo Britto

Em maio, o grupo passou por um momento de mudanças. No início do mês, o percussionista Didico foi afastado pela equipe por conta de acusações de violência doméstica. No fim do mês, Pablo Adame, fundador do grupo, anunciou seu afastamento dos palcos -  ele segue com o Pagode do Adame, mas agora na gestão do grupo. Os três atuais integrantes - Farias (voz), Pedro Leitte (reco-reco) e Miguel Torres (padeiro) - visitaram a redação do OSG para conversar sobre as mudanças. Confira a conversa na íntegra:

OSG: Fala galera; é um prazer receber vocês!

Farias: O prazer é nosso. Prazer enorme estar aqui conversando com vocês e falar para a nossa cidade. Aqui, a gente tá em casa; a gente tem o maior orgulho de falar que é de São Gonçalo. É um prazer estar levando o som da nossa cidade para o Brasil.


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OSG: Valeu mesmo por toparem falar com a gente, ainda mais nessas últimas semanas, que foram de muita correria pra vocês, né? Várias novidades aí; algumas coisas ruins no meio do caminho, mas novidades boas também. Não tenho como não começar perguntando sobre essa nova formação. Queria pedir para vocês apresentarem ao público esse novo momento do Pagode do Adame. 

Os artistas foram recebidos nos estúdios de 'OSG'
Os artistas foram recebidos nos estúdios de 'OSG' |  Foto: Enzo Britto

Farias: Cara, é um novo momento entre aspas; Miguel só veio “para a foto” agora, porque ele sempre esteve presente. Todos os nossos audiovisuais foram produzidos por ele. O Pagode do Adame é uma marca como todas as outras, assim como o Menos é Mais, como Sorriso Maroto. Então, assim, o Adame agora está mais na parte administrativa.

A gente está muito feliz, porque o Miguel é um cara que não só acrescentou musicalmente, mas é um amigo pessoal. A gente tem uma amizade muito grande fora da música, do palco, da empresa. Eu acho que a gente precisava também de um cara como esse aqui junto com a gente, correndo atrás do nosso sonho, batalhando. 

O 'Pagode do Adame' tém vários sucesso e parcerias com artistas de renome
O 'Pagode do Adame' tém vários sucesso e parcerias com artistas de renome |  Foto: Enzo Britto

Miguel: É exatamente o que o Farias falou. A galera até brincava que eu era um “elemento surpresa”, né? Era um sonho meu. Mesmo não estando na foto com eles e tal, chegar nesse momento agora de oficializar o Miguel na frente no Pagode do Adame é uma parada muito especial para mim. Eu tinha minha carreira como músico; já toquei com outros artistas, como Tiee, Xande de Pilares, Menos é Mais. Fiz algumas coisas ali atrás como músico.

Está sendo um desafio para mim também, mas eu tô curtindo. Está sendo muito especial. Nosso primeiro show com a [nova] formação acho foi no dia 9 de maio, em Salvador; desde lá, a gente está nesse novo momento e está sendo muito especial para mim.

OSG: Que bacana esse novo momento. Queria voltar um pouquinho lá para o começo de vocês. O grupo começou oficialmente em 2019, né?

Farias: Isso aí, em 2019. O Pagode do Adame, na verdade, começou como um evento. Depois que se tornou uma banda e uma marca. O Pedro [Leitte] está desde a primeira formação. Eu entrei um pouco depois, em 2020. E assim, desde lá a gente passou por muitas coisas, né? Não foi logo no começo que a gente conseguiu gravar alguma coisa e ter uma notoriedade.

Farias falou dos projetos futuros do grupo
Farias falou dos projetos futuros do grupo |  Foto: Enzo Britto

A gente gravou em 2021 nosso primeiro audiovisual, o “Pagodão”. Era uma outra formação, no caso. E aí a gente teve uma certa repercussão. Só que, no caso, a gente teve problemas com relação aos direitos autorais, o vídeo acabou caindo do YouTube. Depois a gente, no caso em 2022, gravou o “Mixtura”, em que a gente experimentou outras coisas dentro do nosso repertório. A gente colocou sertanejo e outras coisas.

E aí, quando chegou 2023, a gente falou: ‘cara, precisamos gravar um pagode’. E aí eu montei um repertório junto com o Miguel - Pedro também estava lá com a gente no dia. Assim, veio o “Pagode do Adame na Praia”. E, assim cara, foi um pagode que mudou a nossa vida, cara. A gente conseguiu, através dessa gravação, viajar pelo Brasil levando o nosso som. Conseguimos realizar vários sonhos: a gente participou por duas vezes do Numanice com a Ludmilla, do Churrasquinho do Menos é Mais, do Pôr do Suel.

Foram vários eventos que a gente teve a honra de participar e tudo depois que aconteceu esse audiovisual do “Na Praia”. Depois, a gente fez o “Adame Entre Amigos”, que a gente gravou com o BG, com o Gamadinho e com o Davi Quaresma - grandes amigos nossos. Graças a Deus também teve uma repercussão maravilhosa. Depois disso, a gente gravou o nosso primeiro DVD, que foi feito na nossa cidade, aqui em São Gonçalo. 

Miguel Torres também falou sobre experiências na vida artística
Miguel Torres também falou sobre experiências na vida artística |  Foto: Enzo Britto

OSG: Fizeram o Acredita, né?

Farias: Foi a realização de um sonho poder receber artistas que a gente admira muito: Tá Na Mente, Delacruz, Suel, Ferrugem, Tiee, Menos É Mais, Encontro de Batuqueiros, Naldo e Davi Quaresma. Foi uma realização não só receber esses artistas, mas estar perto dos nossos amigos na nossa cidade. Era um sonho que a gente tinha de gravar um DVD na nossa cidade e assim foi. Foi um dos dias mais felizes não só para mim, mas para todo mundo também.

OSG: Muito legal! Você falou do “Na Praia”, que foi o momento em que vocês sentiram realmente uma parada diferente - quando vocês estavam preparando o repertório, vocês imaginavam que o projeto seria tudo o que foi?

Farias: A gente não tinha noção da repercussão que iria tomar, mas a gente montou o repertório com o maior carinho. Estávamos nós três juntos no dia, lá na casa do Miguel, junto com a galera, para dividir certinho. Ensaiamos duas vezes e gravamos. Foi uma coisa que a gente não esperava, mas que, graças a Deus, mudou as nossas vidas, de verdade. 

Miguel Torres é o pandeirista do grupo
Miguel Torres é o pandeirista do grupo |  Foto: Enzo Britto

OSG: Vocês falaram de seleção de repertório e uma coisa curiosa é que, além do repertório próprio, vocês têm versões bem populares em pagode de músicas de outros estilos. Tem a versão da “Mulher de Fases” com “Toda Forma de Amor”, por exemplo. Como vocês tiveram essa ideia de trazer essas misturas com coisas como MPB e sertanejo?

Farias: Cara, é muito do que a gente escuta; muito do que a gente gosta, assim. Não só eu, como todo mundo do grupo, é bem eclético com relação ao que escuta no fone de ouvido, em casa… E, assim, são músicas que marcaram a nossa geração e outras gerações também. Foi uma forma de homenagear esses artistas de quem a gente é muito fã.

A música se renova, né? E eu acho que ela se mistura também. Eu acho que não tem fronteira. Conseguimos colocar isso aí dentro do nosso repertório e a gente ficou muito feliz com o resultado. A gente vai fazendo não só o que a gente gosta, mas o que o público também consome.

O caquinista Júnior Nascimento é músico da banda que acompanha o Pagode do Adami
O caquinista Júnior Nascimento é músico da banda que acompanha o Pagode do Adami |  Foto: Enzo Britto

Eu acho que tem muita gente como nós, assim, que escutam outros segmentos, tudo misturado. Se você olhar meu Spotify, por exemplo, ou o de todo mundo aqui [do grupo], vai do rock ao sertanejo, ao forró. Eu misturo tudo.

OSG: Interessante. Ao mesmo tempo, o pagode em si é um estilo musical muito forte no Brasil inteiro. E, por conta disso, têm muitos artistas do estilo aqui na região. Se destacar no meio do pagode é difícil, já que tem muito artista na cidade fazendo. Vocês sentiram um pouco esse desafio por conta do estilo musical no começo?

Miguel: Cara, eu acho que isso existe em qualquer lugar. A música é muito parecida com a vida. Se você for ter uma empresa, no seu ramo vão haver outras empresas que são tão boas quanto. Eu acho que a parada que o Farias está falando é que a gente sempre buscou ter muita verdade, sacou? Primeiro, antes que o público ouça, você tem que gostar do que está fazendo. É isso que a gente preza.

Agora aqui, por exemplo, estamos fazendo uma seleção de repertório para as próximas músicas. Antes de a gente achar o que pode ser um sucesso, a gente tem que gostar, né? Acho que, em primeiro lugar, fica isso; tem que ser a verdade que a gente tem no coração. Se estiver enraizado no nosso coração, com certeza a gente vai conseguir alcançar o coração do público. 

Pedro Leitte: 'A verdade é o diferencial do Pagode do Adame'
Pedro Leitte: 'A verdade é o diferencial do Pagode do Adame' |  Foto: Enzo Britto

Pedro: O Miguel falou de algo que a gente sempre costuma dizer: a verdade. Acho que a verdade é o diferencial do Pagode do Adame. Foi essa verdade que a gente trouxe para o nosso repertório que foi o diferencial para a gente chegar onde chegou e levar o nosso som para onde tem ido. A gente traz o que acha que a galera vai gostar, mas também carrega essa autenticidade.

OSG: Vou aproveitar que o Miguel falou de spoiler para pedir um spoiler também. Vocês já fizeram bastante coisa esse ano, mas queria saber se, até o final de 2025, tem algum projeto que podem comentar.

Farias: Tem bastante coisa que a gente tem em mente. A gente pode dar um spoiler: estamos ouvindo algumas músicas pra gravar novos trabalhos. A gente gravou, no Pagode do Adame Entre Amigos em Sampa, uma música chamada “Quando”, com um irmão nosso chamado Miltinho, que é um dos maiores compositores que a gente tem. Essa música é muito especial e vamos lançar esse single.

Também estamos planejando lançar um bloco que a gente gravou com um cara que a gente é muito fã. Já tá gravado, finalizado, tudo certinho, só estamos esperando o “ok” para a gente poder lançar. Foi um bloco que a gente gravou no Bar do Zeca com o Liomar, do Pique Novo, que ficou lindão. Foi uma homenagem também ao Pique Novo, que é um grupo que crescemos ouvindo e influenciando gerações. Foi um “prazerzaço” poder ter cantado com o Liomar.

E vem muito mais por esse ano. Vamos gravar várias coisas ainda; estamos nessa expectativa.

OSG: Que maneiro. Para fechar, eu queria fazer uma pergunta para os três. Vocês falaram bastante de repertório; se vocês pudessem escolher uma música - seja uma própria de vocês ou alguma versão - como mais especial, qual seria? 

Farias é o vocalista do Pagode do Adame
Farias é o vocalista do Pagode do Adame |  Foto: Enzo Britto

Farias: “Nada Apaga”. Essa é nossa principal música de trabalho e foi a que nos ajudou, graças a Deus, a viajar pelo Brasil cantando. É uma música que a galera também gosta muito. Para mim, acho que essa é a música mais especial do nosso repertório.

Pedro: É unânime aqui a “Nada Apaga, acredito eu, mas para não ficar igual, vou falar uma diferente então: “Metade da Metade”. É uma música também muito interessante que a gente gravou no Entre Amigos. Quando a gente toca, até mesmo fora do Rio de Janeiro, a galera tem abraçado a música. É uma música muito especial também.

Miguel: Cara, eu acho que, de importância na carreira, não tem como não falar que é “Nada Apaga”. Mas tem uma música que tem um espaço muito especial no meu coração também: “Acredita”, com o Tiee. É uma mensagem de fé; uma parada de acreditar, de não deixar a peteca cair, tem uma mensagem muito bonita.

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