Influenciadora denuncia violência doméstica de pagodeiro em São Gonçalo; “sofri agressão grávida”
Percussionista Didico foi afastado do grupo Pagode do Adame; em conversa com OSG, ex-companheira relatou histórico de agressões físicas e violência psicológico

A 75ª DP (Rio do Ouro), em São Gonçalo, está investigando uma denúncia de violência doméstica sofrida pela influenciadora doméstica Beatriz Ramos. Seu ex-companheiro, o pagodeiro Matheus Castro, conhecido como Didico, é acusado por diversos episódios de agressão física e psicológica contra a mulher. Em conversa com O São Gonçalo, Beatriz contou que, mesmo após sofrer violência física e conseguir uma medida protetiva contra o artista, ela voltou a receber ameaças do percussionista, que foi afastado do grupo Pagode do Adame.
Beatriz e Didico estiveram juntos por sete anos. Segundo a influenciadora, ele sempre demonstrou comportamento violento e chegou a agredi-la durante a gestação da única filha do casal.
“As agressões começaram a ocorrer quando a gente ainda ‘ficava’. Lembro dele me bater, me ameaçar. Ele me traía muito no início; quando eu queria pegar o telefone dele para ver, ele ameaçava falando: ‘se pegar meu celular, vou dar um soco na sua cara’. As coisas continuam durante a gestação. Sofri agressão grávida; lembro de levar empurrão, tapa”, contou Beatriz, em conversa com OSG.
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Ela relata, ainda, que Didico já chegou a destruir itens de casa, como uma televisão, durante discussões e já a ameaçou com uma faca. O episódio mais drástico teria acontecido no segundo semestre do ano passado. Didico teria desferido socos e tapas; Beatriz procurou a Polícia em setembro com lesões por todo o corpo, como no rosto, no pescoço e nas costas. Ela precisou passar um mês internada em uma clínica psiquiátrica após os episódios.
Desde então, o casal está separado e Didico não teria voltado a cometer agressões físicas, segundo os relatos, mas voltou a tentar abordá-la e teria ido até a casa de Beatriz em abril para depredar o carro da vítima. “O último episódio foi de violência psicológica após o Matheus ver uma foto da Beatriz com um amigo. Ele mandou mensagens xingando, dizendo que ia na casa da Beatriz. Ele foi lá, depredou o carro dela e disse que, se ela voltasse, iria fazer com ela o que fez com o carro. Ele chegou a dizer: ‘você é CLT, não tem condições de consertar seu carro’”, conta Fabíola Marconia, advogada que representa Beatriz.
A influenciadora voltou a procurar a Polícia após o último episódio e o percussionista já foi notificado. Procurada, a Polícia Civil informou que “a investigação está em andamento e é acompanhada pelo Ministério Público” do Rio. “Agentes realizam diligências para apurar os fatos”, destacou em nota.

Nesta terça (06), o grupo Pagode do Adame publicou uma nota informando que Didico vai permanecer afastado de todas as atividades com a banda “até que os fatos sejam apurados pelas autoridades competentes”. O grupo segue sua agenda normalmente. “Somos veementemente contrários a todas as formas de violência, inclusive a de gênero, seja ela física, psicológica, sexual, econômica ou política. Reforçamos nosso compromisso com o respeito, a responsabilidade e a transparência junto ao nosso público”, informa a nota.
O jornal O São Gonçalo tentou entrar em contato com o percussionista, mas ainda não teve retorno até a publicação desta matéria.
Enquanto isso, Beatriz afirma que tem se sentido intimidada, mas acredita que a repercussão pode ajudar a Justiça a ser feita. “O Matheus é uma pessoa fria, narcisista, calculista. Em todas as agressões e traumas que me causou, ele nunca pareceu se sentir culpado. Ele nunca transpareceu um arrependimento. Mas eu não desejo o mal dele. Ele é o pai da minha filha, pai da razão da minha vida. O que eu espero é que agora ele tenha aprendido, que se torne uma pessoa melhor, não volte a fazer isso com nenhuma outra mulher”, completa a influenciadora.