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Exposição sobre diversidade e inclusão abre Semana da Extensão na Universo

Trabalho inclui mostra fotográfica no hall do Campus Niterói e documentário produzido por alunos

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 10 de outubro de 2023 - 16:16
Exposição ouviu pessoas de diferentes grupos considerados minoritários
Exposição ouviu pessoas de diferentes grupos considerados minoritários -

Começou. nesta segunda-feira (09). a XVII Semana da Extensão do campus Niterói da Universidade Salgado de Oliveira (Universo). Diversidade e acessibilidade foram os tópicos que marcaram o primeiro dia de atividades da semana de trabalhos, que conta com a exposição de atividades e projetos feitos por alunos da unidade que dialogam com a comunidade local. 

No hall principal do bloco A, foi aberta a exposição "Diversidade e Inclusão", projeto realizado por alunos do 2° e do 4° períodos de Comunicação Social, que inclui, além de uma mostra fotográfica, o documentário "Universo Inclusivo", produzido pelos discentes do curso. A proposta do trabalho é ouvir as experiências de pessoas que fazem parte de diferentes grupos marginalizados. Para isso, os alunos entrevistaram e fotografaram pessoas de fora da universidade e que fazem parte de diversos grupos sociais considerados minoritários.


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"A proposta da universidade é abrir um espaço de fala, para que essas pessoas de grupos diversos pudessem falar sobre inclusão, sobre o ambiente acadêmico, sobre acessibilidade. A ideia é criar essa ponte entre a  diversidade que está no nosso entorno e trazê-la para dentro da universidade. A melhor forma de a gente aprender a lidar e saber do que essas pessoas precisam é deixando que elas mesmas falem", explica Alexandre Nunes, professor do curso de Comunicação que propôs o trabalho.

Pessoas com deficiência, no espectro autista, na comunidade LGBTQIA+, entre outros; 10 grupos sociais foram escolhidos para o debate, cada um representado por um 'modelo' entrevistado pelos alunos. Boa parte deles, porém, nunca tinha feito nenhum trabalho do tipo, como é o caso da jovem Evelin Vilella, de 21 anos. Convidada pela amiga, a estudante Ana Júlia Oliveira, de 18, ela conta que curtiu a proposta e resolveu ajudá-la, emprestando suas experiências para representar a comunidade de pessoas com deficiência cognitiva. 

Imagem ilustrativa da imagem Exposição sobre diversidade e inclusão abre Semana da Extensão na Universo

"Achei muito legal a ideia dessa exposição, de enxergar as minorias, algumas que não são muito vistas pela sociedade. Aqui tem várias causas diferentes [representadas], é importante que as pessoas possam enxergar essas causas", explica Evelin. A situação foi parecida com a do atleta Fabrício Moreira, de 37 anos, cadeirante fotografado a convite do colega Gabriel Moraes, de 25. "Nunca tinha feito nada nesse estilo. Como sou jogador de rugby, acabo tendo visibilidade em algumas coisas. Mas nunca tinha sido modelo assim", relata o atleta. 

Tão orgulhoso quanto ele ficou o amigo Gabriel, que espera ver efeitos positivos do trabalho na rotina da universidade. "É uma questão de conscientização para a universidade. Aqui, a gente não vê muitas pessoas de alguns desses grupos. Acho que a exposição é uma forma de criar um impacto para a galera ver que a gente precisa ter todos os perfis no nosso meio", defendeu o aluno.

Imagem ilustrativa da imagem Exposição sobre diversidade e inclusão abre Semana da Extensão na Universo

Responsáveis pela entrevista com os modelos da causa LGBTQIA+, os alunos Renan Moura, de 27 anos, e Thaís Souza, de 20, relatam que um lado positivo do trabalho foi poder constatar avanços nos acesso de certas minorias à universidade. "A questão da inclusão de pessoas LGBT melhorou. Na minha visão, tem uma grande parcela de alunos que se encaixa na sigla, então as coisas estão melhores. Ainda tem várias dificuldades, mas hoje em dia, a universidade avançou um pouco em acolhimento", opina Thaís.

Sua dupla de trabalho concorda: "O que a gente não tinha no passado, estamos começando a ter agora, que é voz. Chego até a me arrepiar em falar, mas a gente agora tem cada vez mais tido a chance de ser ouvido, visto como pessoa, como um cidadão. Acho que as coisas estão acontecendo a passos lentos, mas a cada dia que passa, a gente vê as coisas avançando em termos de acolhimento", complementa Renan.

Para alguns dos fotografados, a experiência de tirar os retratos foi uma oportunidade de se emocionar com a própria trajetória, como aconteceu com a estudante Rafaela Rodrigues, de 17 anos, representante das pessoas com vitiligo. "Foi único. Na hora que eu fiz, fiquei bastante emocionada. Acho que com isso, posso ajudar bastante pessoas que passam por coisas parecidas com as que passei", acredita a jovem.

Imagem ilustrativa da imagem Exposição sobre diversidade e inclusão abre Semana da Extensão na Universo

No documentário, ela compartilha um pouco da jornada, aprendendo a lidar com a condição, que já a fez passar por episódios de preconceito. "Já sofri bastante. Foi muito difícil na infância. Quando eu era pequenininha, as pessoas olhavam estranho, principalmente crianças, e isso me incomodava muito. Mas graças a Deus, minha mãe desde sempre me ensinou que isso é apenas um detalhe", ela celebra. 

Uma das fotografias que melhor simboliza o espírito do trabalho extensionista, na opinião dos alunos, é que homenageia as pessoas que fazem parte do espectro autista. Para retratar o grupo, os estudantes convidaram as mães e crianças do TEAcolher, projeto social de São Gonçalo que assiste famílias de crianças do espectro e organiza eventos de lazer adequados para os pequenos, assim como campanhas de conscientização sobre a causa.

A fundadora da iniciativa, Roberta Maia, de 34 anos, explica que o trabalho surgiu como um grupo de WhatsApp com mães que passavam por experiências parecidas, antes de se tornar um projeto de assistência com atendimento a mais de 100 famílias. "A coisa cresceu de uma tal maneira que a gente viu a necessidade de estar em locais que não são abertos para a gente, como eventos públicos, parques, shopping. A ideia era de uma acolhimento materno para trazer informação e conscientização, mas a gente viu a necessidade de abranger para fazer eventos, já que as famílias não têm esse acesso na sociedade", explica Roberta. 

Imagem ilustrativa da imagem Exposição sobre diversidade e inclusão abre Semana da Extensão na Universo

A foto dela e dos outros modelos segue em exposição hall de entrada do Campus Niterói até esta quarta (11). Ao longo da semana, a unidade recebe também atividades dos projetos de extensão de todos os cursos da unidade. Alunos de enfermagem, engenharia civil, biomedicina, odontologia, estética e fisioterapia apresentam, até o dia 11, suas ações em parceria com a comunidade local.

O diretor-geral do campus, Anderson Freire, esteve presente na cerimônia de abertura. Ele destacou a importância dos trabalhos feitos pelos alunos e das ações de extensão no geral, que, em sua opinião, devem ser o ‘motor’ da produção de conhecimento no espaço universitário.

“É a consolidação do processo acadêmico. Os alunos, com orientação dos seus professores, trazem esses trabalhos das mais variadas temáticas e áreas do conhecimento. A universidade precisa proporcionar e contribuir para o seu entorno, então a gente precisa não ficar limitado aos muros e portas da universidade. Tem que estar 'na rua'”, enfatizou Anderson.

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