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Estudante volta à escola onde foi baleado, em São Gonçalo

Caso aconteceu há 15 dias. Polícia não tem pistas dos criminosos

Escrito por Redação | 15 de março de 2018 - 07:39

Por Thuany Dossares

Quinze dias após ter sido baleado durante um assalto em frente ao Colégio Estadual Walter Orlandini, onde estuda, um adolescente de 16 anos, voltou à escola, na última segunda-feira, mas a Polícia continua sem pistas dos criminosos.

Demonstrando misto de tranquilidade e medo, o adolescente conversou, na manhã de ontem, com o OSG no mesmo lugar onde foi ferido com tiro no pescoço, na Praça dos Ex-combatentes, no Paraíso, em São Gonçalo.

“Eu e meu amigo estávamos nesse ponto aqui mesmo da praça. Já estávamos indo embora, quando dois caras chegaram numa moto Hornet e anunciaram o assalto. O meu amigo se assustou e correu. Eu fiquei em pé, parado, sem reação. Vi um dos caras atirando duas vezes contra o meu amigo e depois disparando contra mim. Ele estava bem perto. Depois eles fugiram levando meu celular e minha carteira”, narrou.

Com mais de 70 raps já escritos, o adolescente sonha em estudar música e disse que seu maior medo era o de perder a voz. “Na hora eu não conseguia falar direito, minha voz falhava, estava meio rouca. Depois que vi que estava andando e consciente, não temia mais morrer, só não falar mais. Fiquei com medo de perder a voz e não poder cantar. Mas ainda bem que não tive nenhuma sequela”, comemorou.

A mãe do adolescente, a pedagoga Maria Martha Dias, contou que no primeiro dia de aula chegou a levar o filho até o colégio, mas apoia a retomada de rotina dele.

“Eu cheguei a cogitar trocá-lo de escola, mas ele não quis, disse que já estava enturmado. Antes eu sabia que isso acontecia, claro, vejo nos noticiários. Mas é completamente diferente você ouvir falar e acontecer com meu próprio filho. Fico com coração apertado, mas a gente está tentando levar a vida sem paranóias. Temos que voltar a rotina, precisamos levar a vida normalmente, não dá para deixarmos de viver”, afirmou a pedagoga.

De acordo com o delegado Leonardo Macharet, titular da 73ªDP (Neves), os autores do crime podem ser do Morro do Feijão. “Acreditamos que os assaltantes sejam do Feijão, mas não descartamos pertencerem à outra comunidade. Estamos nos empenhando para identificá-los o quanto antes e analisando imagens de câmeras de segurança”, esclareceu Macharet.

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