Júri Popular condena oficial da Marinha a 80 anos de prisão pela morte de ex-sogros
No Tribunal de Justiça do Rio, o júri analisou o assassinato de Geraldo e Osélia Coelho, mortos a facadas em 2022 dentro do apartamento onde o réu morava com o ex-companheiro

O júri popular no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou, nesta quarta-feira (10), o oficial da Marinha Cristiano da Silva Lacerda por matar a facadas Geraldo Coelho, de 73 anos, e Osélia Coelho, de 72, pais de seu ex‑namorado, Felipe Coelho, dentro de um apartamento no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio.
A pena fixada foi de 80 anos, em regime fechado. Na sentença, Cristiano também foi condenado ao pagamento de R$ 200 mil, por danos morais para cada filho das vítimas. A justiça também determinou que ele perca o cargo na Marinha.
“Maior deve ser a reprovabilidade em razão do fato de o acusado ser militar, capitão de fragata, sendo este um alto cargo dentro da Marinha do Brasil. Por ser servidor público das Forças Armadas, o acusado deveria utilizar seus ensinamentos militares em prol da sociedade e não contra iguais, tirando a vida de dois idosos a facadas”, destacou a juíza Tula Corrêa de Mello na sentença.
“Os militares da Marinha possuem um conjunto de valores sociais e éticos que orientam sua conduta e emanam do conjunto de vínculos racionais e morais que os ligam à Pátria e ao seu serviço. Logo, não se pode comparar a reprovabilidade de um crime contra a vida praticado por um popular com um praticado por quem se espera justamente a defesa da honra e da lealdade. Tal conduta deslegitima toda a estrutura da carreira”, completou a juíza.
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Segundo a acusação, o crime, que ocorreu durante a madrugada do dia 25 de junho de 2022, foi motivado por vingança após o fim do relacionamento com Felipe Coelho, e praticado com extrema crueldade, enquanto as vítimas estavam deitadas em um sofá‑cama, sem chance de defesa.
As investigações confirmaram que o casal foi morto com um “elevado número” de facadas, o que levou o Ministério Público a apontar meio cruel e impossibilidade de defesa como qualificadoras.