Reviravolta no caso do rapto do jovem de Niterói: investigações apontam para disputa de carga ilegal de cigarros
Primo da vítima foi preso por fraude processual

A investigação sobre o sequestro de Eduardo Aguiar Ferreira, 24 anos, ocorrido na última segunda-feira (24) em Itaipu, Niterói, passou por uma mudança radical de rumo. O crime, inicialmente tratado como possível caso passional, agora se concentra no envolvimento da vítima com a distribuição de cigarros de origem ilícita. Primo de Eduardo é preso preso por fraude processual.
Leia também:
Policiais do Batalhão de Choque são presos por crimes cometidos na megaoperação do Rio
Relembre o caso
Eduardo foi levado à força por três homens enquanto pilotava sua motocicleta na Rua Jaerth Pimentel de Medeiros, Itaipu-Niterói. Os criminosos o colocaram em um Toyota Corolla prata, modelo antigo, que fugiu em direção à Avenida Central, segundo imagens de câmeras residenciais que registraram toda a ação.
A família procurou a Delegacia Antissequestro (DAS) às 22h, afirmando não ter recebido qualquer contato de extorsão. O último sinal do celular da vítima apareceu às 20h30, em Imbariê, Duque de Caxias.
No início das investigações, duas hipóteses eram consideradas pela 81ª DP (Itaipu): conflito amoroso e venda de produtos ilícitos. Entretanto, assim que a delegacia assumiu a condução do caso, os investigadores perceberam incoerências nas informações prestadas por familiares.
Segundo o delegado Deoclécio Assis, parentes da vítima sabiam mais do que haviam informado à polícia, e a versão inicial apresentada, voltada para questões passionais, se mostrou falsa.
Ontem (27), os agentes foram até a casa do primo de Eduardo, Jeovani, que tinha conhecimento sobre uma carga ilegal de cigarros supostamente ligada ao desaparecido. A carga, entretanto, já havia sido retirada do local antes da chegada da polícia.
Jeovani se recusou a informar o destino da mercadoria e se exaltou diante dos agentes. Foi conduzido à força à delegacia e acabou preso em flagrante por fraude processual após se retratar do falso depoimento. A carga foi encontrada e apreendida posteriormente. Ele foi liberado mediante fiança.
Uma parente confirmou à polícia que Jeovani mentiu por orientação de outra pessoa, já identificada, e que seria proprietária de uma tabacaria.
As investigações também revelaram que Eduardo foi preso em flagrante em 2023 por envolvimento com uma carga roubada de cigarros. A polícia suspeita que ele atuava como intermediário na distribuição de mercadorias ilegais em Niterói.
Além disso, duas pessoas que estavam no veículo utilizado no rapto já foram identificadas.
O paradeiro de Eduardo ainda é desconhecido. A polícia mantém diligências sob sigilo e pede que informações confiáveis sejam repassadas à 81ª DP.