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Preso pastor ligado ao Comando Vermelho que extorquia empresas; vídeo

Operação do Governo do Estado atua contra organização criminosa que extorquia empresas no entorno da Reduc, na Baixada Fluminense

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 27 de novembro de 2025 - 11:23
'Operação Refinaria Livre'
'Operação Refinaria Livre' -

O Governo do Estado desarticulou nesta quinta-feira (27), uma associação criminosa responsável por extorsões sistemáticas contra empresas que atuam no entorno da Refinaria Duque de Caxias (Reduc). Policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP), da Baixada Fluminense (DRE-BF) e da 60ª DP (Campos Elíseos) deflagraram, nesta quinta-feira (27), a "Operação Refinaria Livre", que resultou na prisão de um pastor, que se apresenta como líder comunitário e religioso, mas atuava como intermediador do Comando Vermelho nas ações de coação empresarial. Até o momento, três criminosos foram presos.

O grupo é liderado pelo chefe do tráfico de drogas na região, o narcoterrorista Joab da Conceição Silva, integrante da facção Comando Vermelho. Os agentes estão nas ruas para cumprir mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, expedidos a partir de investigação da DRE-CAP, a fim de aprofundar a colheita de provas, impedir a coação de testemunhas, frear a interferência criminosa sobre empresários e trabalhadores, e evitar a destruição de evidências essenciais.

"A atuação da Polícia Civil é fundamental para que essa atividade criminosa seja reprimida em nosso Estado. Não importa quem seja, se estiver em conluio com bandidos, será levado à Justiça. Tenho certeza que, com a prisão desses criminosos, vamos avançar nos trabalhos de investigação e acabar com a extorsão a empresas na região. Não haverá descanso para quem desafiar a lei no Estado do Rio", afirmou o governador Cláudio Castro.


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Investigação policial

O inquérito revelou que empresas instaladas na área industrial da Reduc eram forçadas a pagar valores mensais ao tráfico, sob ameaça de incêndio de caminhões, agressões a funcionários, interrupção violenta das atividades produtivas e impedimento de acesso às instalações industriais.

O pastor preso na operação comparecia pessoalmente às empresas apresentando-se como representante comunitário, mas impondo regras ditadas por Joab. Ele citava a proibição de permanência de caminhões nos pátios, imposição de contratação de moradores específicos, ligados aos traficantes, e oferta de “mediação” para evitar represálias. Segundo os agentes, isso era uma ação de fachada para a prática de extorsão.

Relatos formais de representantes empresariais, termos de declaração e atas do Ministério do Trabalho demonstram que empresas foram obrigadas a interromper suas atividades por diversos dias, em razão das ameaças feitas pelo grupo criminoso. A investigação da Polícia Civil identificou que sindicatos e associações de fachada vinham sendo instrumentalizados pelo tráfico para pressionar as empresas.

Segundo os agentes, integrantes da associação criminosa infiltravam-se em setores industriais, controlando ilegalmente processos de contratação, indicando candidatos sem qualificação, interferindo em processos seletivos, e cobrando vantagens indevidas em troca de vagas de emprego. O grupo também impunha a contratação de parentes e aliados do tráfico, garantindo presença e controle direto dentro do polo industrial.

Entre os contratados identificados está a companheira de Joab, que atuava em uma empresa sem critérios técnicos e por imposição territorial. Ela ingressou na companhia poucos dias antes do ataque criminoso à 60ª Delegacia de Polícia ocorrido em fevereiro de 2025, ordenado e comandado por Joab da Conceição Silva.

O pastor também já foi alvo das forças de segurança. No início deste mês, ele foi preso em Betim, no estado de Minas Gerais, durante a " Operação Aves de Rapina". Ele estava transportando uma pistola e seis granadas artesanais, além de munições e valores em espécie.

O homem admitiu ter levado os artefatos explosivos desde Duque de Caxias para realizar ações de intimidação e interrupção de serviços na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, a pretexto de atender a um “movimento grevista” organizado por sindicatos alinhados ao grupo criminoso. No veículo, também estava o presidente de uma associação de empresas de transporte de combustível, evidenciando a participação direta de sindicatos e entidades formais na estrutura criminosa.

A presença de explosivos reforça o modus operandi de ameaçar empresas e trabalhadores por meio de atentados, inclusive com possível risco ao transporte nacional de combustíveis.

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