Mototaxista sequestrado e torturado por traficantes é resgatado na Vila Kennedy
Vítima foi confundida com miliciano e estava preso na comunidade há três dias

Um mototaxista sequestrado foi resgatado por policiais na comunidade da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, nesta quarta-feira (19). A ação fez parte de mais uma etapa da Operação Contenção. A vítima estava sendo torturada há cerca de três dias após ser confundido com um miliciano.
O homem já prestou depoimento e vai passar por exame de corpo de delito. O mototaxista contou que havia deixado um passageiro na Estrada da Mendanha, em Campo Grande, também na Zona Oeste, e quando voltava foi abordado por um homem que perguntou se poderia levá-lo até a Avenida Brasil por R$ 10. Ao se aproximarem do destino, o criminoso encostou uma arma na cintura do condutor e ordenou que entrasse na Vila Kennedy.
A vítima relatou que chegou a pedir para o bandido liberá-lo, porque a moto era alugada, mas acabou sendo levado para a comunidade. O homem ainda teve que dizer em que região morava e, por ser um local dominada pela milícia, os bandidos acreditaram que o mototaxista fizesse parte do grupo criminoso. O homem ficou preso e sofreu agressões como coronhadas e pauladas.
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"Se não fossem os 'caras' (policiais) chegarem lá, eu não estava aqui, não. Eles entravam e falavam que iam me 'picar' todinho, que iam fazer vídeo. Eles acharam que eu era da milícia. Levaram minha moto, meu telefone. Vou ter que falar com o 'moleque', porque a moto está no nome dele. Estou numa situação que eu não sei o que faço", desabafou o mototaxista.
O rapaz foi resgatado por policias nesta quarta-feira (19), cerca de três dias depois do sequestro, quando os agentes atuavam em mais uma etapa da Operação Contenção, em conjunto com a Polícia Militar. A ação acontece para combater a expansão do Comando Vermelho, além do roubo e desmanche de veículos. Até o momento, 18 criminosos foram presos e outros dois morreram em confronto na região.
Segundo o titular da 34ª DP (Bangu), a vítima foi localizada na sala de uma casa que era usada por traficantes da área para torturar rivais. "É uma prática comum da facção, no momento que se depara com rivais, com milicianos ou pessoas que eles acham ser milicianos, torturar para que revelem informações que possam resultar em ataques contra a facção rival", afirmou o delegado Alexandre Cardoso.