Delegado ferido em operação no Rio tem perna amputada; 3 policiais ainda estão em estado grave
Bernardo Leal Annes Dias foi atingido durante ação conjunta nas comunidades da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos e se tornou a mais letal do país

O delegado Bernardo Leal Annes Dias, assistente da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), precisou ter uma perna amputada após ser baleado durante a megaoperação realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
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A ação, batizada de “Contenção”, terminou com 121 mortos, entre suspeitos e agentes de segurança, e foi classificada pelas autoridades como a mais letal da história do Brasil.
Delegado sofreu hemorragia grave
De acordo com informações da Polícia Civil, o delegado foi atingido na perna, e o disparo atingiu a veia femoral, provocando uma hemorragia intensa.
Ele foi levado inicialmente ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e posteriormente transferido para o Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, onde passou por cirurgia que resultou na amputação.
Até a manhã desta sexta-feira (31), o estado de saúde de Bernardo seguia grave.
Autoridades confirmam situação crítica
A confirmação foi feita pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, durante coletiva de imprensa na Cidade da Polícia, na Zona Norte.
“Um delegado perdeu a perna. Temos três colegas ainda em estado grave, em estado crítico”, declarou Curi.
Além de Bernardo, outros 12 agentes foram feridos na operação, sendo dez policiais militares e dois civis. Quatro já receberam alta, enquanto cinco permanecem internados no Hospital Central da PM, no Centro do Rio.
Operação mais violenta da história
A ofensiva policial mobilizou mais de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com o objetivo de prender lideranças do Comando Vermelho.
Segundo o balanço oficial, 117 suspeitos morreram em confrontos, além de quatro agentes de segurança, dois civis e dois militares.
Durante os enfrentamentos, houve tiroteios intensos em áreas de mata na Serra da Misericórdia, onde, segundo as autoridades, traficantes reagiram com armas de grosso calibre e chegaram a lançar granadas por drones.
Moradores retiraram dezenas de corpos do local e os levaram até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, em uma cena que ganhou repercussão nacional.
Resultados e investigações
De acordo com a Polícia Civil, a ação resultou na prisão de 113 suspeitos e na apreensão de 91 fuzis.
Dos 99 corpos identificados no Instituto Médico Legal (IML), 40 eram de pessoas oriundas de outros estados, como Espírito Santo, Goiás, Bahia, Amazonas e Pará.
A corporação informou ainda que 42 dos mortos tinham mandados de prisão em aberto, e a maioria possuía extenso histórico criminal.
Corrente de apoio nas redes sociais
Nas redes sociais, amigos e colegas do delegado iniciaram uma campanha de doação de sangue e mensagens de solidariedade.
O delegado André Neves, diretor do Departamento Geral de Polícia, publicou:
“Você vai sair gigante dessa batalha. Sua força e coragem representam o melhor da nossa Polícia Civil.”
A promotora de Justiça e professora Claudia Barros também deixou seu apoio:
“Vamos ajudar o Bernardo! Ele foi meu aluno, hoje é delegado de Polícia. Lutando por nós, pela segurança do nosso Estado, foi atingido.”