Nutricionista é acusada de aplicar o golpe do 'reembolso assistido'; secretária, médicos e laboratório também são investigados
Entre os crimes que eles podem responder estão: falsidade ideológica e uso de documento falso, associação criminosa, exercício ilegal da medicina, tráfico de drogas e outros

Policiais civis da 52ª DP (Nova Iguaçu), em conjunto com o Ministério Público, realizam, nesta sexta-feira (10), uma operação contra um esquema fraudulento atribuído a uma nutricionista e uma empresa. Ela prestava suposto atendimento nutricional a funcionários de uma concessionária de energia, beneficiários de um plano de saúde. Somente na distrital, foram instaurados 30 procedimentos relacionados a este caso.
As investigações apontam que a nutricionista captava as vítimas por indicação de colegas e por contato via aplicativo de mensagens. Durante o atendimento, com o pretexto de realizar o reembolso assistido, ela exigia login e senha do aplicativo do plano de saúde, os documentos pessoais e biometria facial.
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Com todas as informações em mãos, a mulher abria contas digitais em nome das vítimas e recebia os reembolsos sem o consentimento dos titulares da conta. Os pedidos eram inseridos diretamente no portal do plano de saúde, os valores chegavam a mais de R$ 4 mil reais e eram creditados em contas falsas, que depois eram transferidos para a empresa da criminosa. Além disso, ela emitia também notas fiscais falsas e anexava exames e laudos não realizados com assinaturas de médicos desconhecidas pelas vítimas.
Durante as diligências, ficou constatado que motoboys realizavam entregas de kits com suplementos e substâncias controladas, sem prescrição médica. Os agentes descobriram também que o grupo criminoso adotava uma rotina itinerante, com mudanças frequentes de endereço de consultório e uso de perfis on-line restritos.
As apurações apontam ainda prejuízos ao plano de saúde e reflexos trabalhistas graves, com dispensas de 40 empregados da concessionária, em razão do descredenciamento promovido pela operadora.
Entre os principais envolvidos estão a nutricionista, uma secretária, quatro médicos e um laboratório, vinculado a exames não realizados. Entre os crimes que eles podem responder estão: falsidade ideológica e uso de documento falso, associação criminosa, exercício ilegal da medicina, tráfico de drogas, crimes contra a relação de consumo e fraudes eletrônicas ou bancárias conexas e infrações éticas profissionais e violação de deveres regulatórios.