Feminicídio em Maricá: filho, de apenas 9 anos, correu em busca de ajuda para socorrer a mãe
Casal estava junto há cerca de três anos

O sargento da Polícia Militar Renato César Guimarães Pinna, preso em flagrante acusado de matar a companheira Shayene Araújo, de 27 anos, nesta terça-feira (16), em Maricá, já havia atirado na direção dela em outras ocasiões, segundo as investigações da Polícia Civil. Além disso, o militar tinha um histórico de agressões contra a jovem que, por medo, nunca denunciou o companheiro. Eles estavam juntos há cerca de três anos.
Na manhã do crime, o casal discutiu. Vizinhos relataram que apenas a voz do policial era ouvida, com gritos e palavrões. Minutos depois, houve um disparo, e foi o filho de Shayene, de apenas 9 anos, quem, sujo de sangue, correu para a rua em busca de ajuda para socorrer a mãe. A vítima foi levada ao hospital, mas não resistiu ao ferimento na nuca.
Inicialmente, segundo a Polícia Civil, o caso seria registrado como acidente. No entanto, após a Divisão de Homicídios (DH) ser acionada, agentes identificaram divergências no relato do policial, que chegou a afirmar estar na sala com as crianças, um bebê de 7 meses, filho do casal, e o menino de 9 anos, filho de Shayene, quando a mulher teria ido ao quarto pegar a arma do PM, a pedido dele. Nesse momento, ainda de acordo com a versão do sargento, ele teria ouvido o disparo.
A narrativa, no entanto, não foi apresentada oficialmente, e o policial permaneceu em silêncio na presença do advogado. Com auxílio da perícia, agentes da DH reuniram indícios suficientes para prendê-lo em flagrante por feminicídio. As investigações apontam ainda que o casal mantinha uma relação conturbada, marcada por agressões físicas, e que Renato já havia atirado contra a jovem em outra ocasião. Naquele episódio, porém, o disparo não a atingiu.
O policial era lotado no 35º BPM (Itaboraí), mas estava cedido para atuar em Maricá, e foi encaminhado ao Batalhão Especial Prisional (BEP) ainda na noite de terça-feira.
Até o fim da manhã desta quarta-feira (17), o corpo de Shayene permanecia no Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, em Niterói. A família ainda não divulgou o horário do enterro da jovem.
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