Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,4867 | Euro R$ 6,3734
Search

Polícia Civil realiza operação contra monopólio ilegal de internet por facção criminosa

As investigações revelaram que provedores clandestinos, com suporte logístico e operacional da facção, vinham impondo seus serviços de forma coercitiva e violenta à população

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 24 de junho de 2025 - 12:48
A ação é realizada por policiais da DDSD e da 21ª DP (Bonsucesso)
A ação é realizada por policiais da DDSD e da 21ª DP (Bonsucesso) -

Policiais civis da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e da 21ª DP (Bonsucesso) realizaram, nesta terça-feira (24/06), a "Operação Cabo de Guerra", para desarticular um esquema criminoso de monopólio forçado de serviços de internet em comunidades dominadas pela facção Comando Vermelho. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São Gonçalo e Cabo Frio. As diligências contaram com o apoio da da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE). Uma pessoa foi presa e outras três conduzidas a especializada. Além disso, os agentes apreenderam eletrônicos, veículos e material de instalação de rede de internet.

As investigações revelaram que provedores clandestinos, com suporte logístico e operacional da facção, vinham impondo seus serviços de forma coercitiva e violenta à população, mediante sabotagem de redes concorrentes, ameaças a moradores e comerciantes e utilização de equipamentos furtados e veículos descaracterizados para atuação ilícita. Equipes documentaram em vídeo e fotografias a ação de "operários" destruindo cabos de fibra óptica de provedores legítimos em Jardim Primavera, Duque de Caxias. Os envolvidos estavam vinculados a empresas apontadas como instrumentos do esquema.


Leia também:

Juliana Marins é encontrada morta após cair em penhasco na Indonésia

Gabriela Versiani declara apoio a Murilo Huff no caso do pedido de guarda unilateral do filho


Na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, novos flagrantes indicaram que uma empresa estava retirando concorrentes à força. Um veículo da organização foi observado em patrulhamento irregular pela região, sempre associado a zonas onde provedores rivais tinham sido silenciados.

Em outro ponto investigado, foi localizado um depósito contendo equipamentos de rede oriundos de furtos, além de peças automotivas de procedência duvidosa. A análise patrimonial identificou a aquisição de veículos provenientes de leilões de seguradoras, tática comum para dificultar o rastreio e camuflar bens utilizados em crimes.

A estrutura criminosa era composta por divisão clara de tarefas, desde a execução operacional, passando pela logística de sabotagem, até o controle territorial da oferta de internet. Essa configuração se enquadra como organização criminosa, além dos crimes de interrupção ou perturbação de serviço de telecomunicações, receptação e lavagem de dinheiro.

O controle criminoso sobre a infraestrutura de internet em comunidades fere o direito fundamental à comunicação, ao acesso à informação e à cidadania digital. Ao impedir a atuação de empresas legítimas, o crime exclui populações inteiras de serviços básicos de conectividade, essenciais para estudo, trabalho, acesso a serviços públicos e liberdade de expressão. Além disso, ao eliminar concorrentes à força, esse modelo distorce o mercado, aumenta os preços e submete moradores a serviços precários e sem qualquer regulação ou proteção legal, favorecendo o lucro de facções criminosas e a perpetuação de sua influência territorial.

A ação nesta terça buscava documentos, mídias digitais e equipamentos para comprovar os crimes praticados e ampliar o mapeamento da rede criminosa. Todo o material será analisado e poderá embasar novas diligências e responsabilizações penais e civis.

Matérias Relacionadas