Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,7163 | Euro R$ 6,4851
Search

Polícia pede prisão de suspeitos de monitorar empresário executado pela máfia dos cigarros em SG

Grupo também é investigado por outras mortes ligadas à venda ilegal de cigarros no estado

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 31 de maio de 2025 - 09:57
Thiago Trigueiro foi morto em janeiro de 2024, em São Gonçalo
Thiago Trigueiro foi morto em janeiro de 2024, em São Gonçalo -

A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) pediu à Justiça a prisão preventiva de quatro homens suspeitos de monitorar o empresário Thiago Trigueiro Gomes, de 37 anos, antes de sua execução em São Gonçalo, em janeiro de 2024.

Segundo a Polícia Civil, o assassinato está relacionado à atuação da máfia dos cigarros. Thiago teria sido morto por vender produtos de uma marca rival, contrariando os interesses do grupo criminoso.

As investigações apontam que os mesmos quatro suspeitos — Cezar Daniel Mondego, Eduardo Sobreira de Moraes, Leandro Machado e Ryan Patrick Barboza de Oliveira — também estão presos pela morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, assassinado no Centro do Rio em fevereiro do mesmo ano.

Ryan também responde por outro crime: o assassinato de Antônio Gaspaziane Mesquita Chaves, dono do bar Parada Obrigatória, em ação atribuída ao mesmo grupo. Segundo a polícia, a quadrilha atua de forma coordenada para eliminar comerciantes que se recusam a vender os cigarros falsificados que distribuem, além de executar concorrentes.

A quebra de sigilo telemático relevaram uma fotos de Eduardo Sobreira (camisa vermelha) e Cezar Daniel Mondego (camisa preta) durante monitoramento da vítima
A quebra de sigilo telemático relevaram uma fotos de Eduardo Sobreira (camisa vermelha) e Cezar Daniel Mondego (camisa preta) durante monitoramento da vítima |  Foto: Reprodução

Leia também: 

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 31 milhões

São Gonçalo recebe Orquestra Filarmônica Metropolitana em homenagem a Claudinho e Buchecha


Entenda como a Máfia dos Cigarros está relacionada com a violência

Na metade dos 92 municípios do Rio, são comercializados cigarros Gift falsificados, em meio a uma disputa que resulta na morte de comerciantes que se negam a vender o produto e na execução de concorrentes.

Entre 2022 e 2024, foram registrados mais de vinte crimes causados pela máfia do cigarro no estado do Rio. Entre os crimes estão assassinatos, desaparecimentos, sequestros e tentativas de homicídio.

Segundo informações da Polícia Civil, em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público e da Polícia Federal, foi indicado o nome de Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, como o responsável pela venda ilegal de cigarros no estado. Além disso, ele também tem ligações com o jogo do bicho.

Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho
Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho |  Foto: Divulgação

Descoberta do monitoramento

A investigação revelou que Thiago foi monitorado entre os dias 4 e 9 de janeiro por um grupo ligado à máfia dos cigarros. Dados de GPS e uma foto obtida pela quebra do sigilo telemático de um dos suspeitos confirmam que o carro usado rondou o bairro da vítima e já havia sido utilizado em outro homicídio. Mensagens interceptadas indicam que os suspeitos buscavam identificar quem vendia “produto errado”. A polícia aponta que o monitoramento foi coordenado por “Visão”, a mando de Adilsinho, e que Thiago já havia sido vigiado anteriormente, sob ordens de outro líder do grupo, conhecido como “Rabanada”.

Investigações apontam envolvimento do mesmo grupo que matou advogado no Rio
Investigações apontam envolvimento do mesmo grupo que matou advogado no Rio |  Foto: Filipe Aguiar/ Arquivo OSG

Execução

No dia em que Thiago foi assassinado, o veículo trafegava perto do depósito da vítima entre 8h59 e 9h30.

A execução ocorreu nesse intervalo, quando dois criminosos armados chegaram ao estabelecimento e efetuaram diversos disparos contra Thiago, no interior de sua loja. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Os criminosos conseguiram fugir.

Ainda segundo o relatório de localização do GPS, foi identificado que o carro responsável pelo monitoramento da vítima passou diversas noites em um endereço relacionado a Eduardo Sobreira e, em seguida, se dirigia ao endereço de Cezar Mondego antes de ir para São Gonçalo.

No dia da execução de Thiago, o veículo esteve nos dois endereços — em Maria da Graça, na Zona Norte do Rio, e em Vicente de Carvalho — antes de ser desligado na residência de Sobreira.

Matérias Relacionadas