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Escola em São Gonçalo foi a mais afetada por tiroteios no Rio, segundo estudo

Pesquisa da Unicef, em parceria com instituições locais, indica que mais de 800 mil estudantes, quase metade dos alunos da rede, foram afetados por conflitos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 30 de maio de 2025 - 15:54
1,8 mil unidades escolares do Rio estiveram expostas a casos de violência armada, segundo relatório
1,8 mil unidades escolares do Rio estiveram expostas a casos de violência armada, segundo relatório -

Uma escola da rede pública em São Gonçalo foi a mais afetada por conflitos armados no Rio de Janeiro, segundo um estudo dedicado a avaliar o impacto da violência urbana na educação. Os dados são referentes a 2022 e fazem parte do relatório “Educação Sob Cerco”, divulgado pela Unicef em parceria com o Instituto Fogo Cruzado (IFC), o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) e o Centro para o Estudo da Riqueza e da Estratificação Social (Ceres-IESP).

Durante o ano letivo analisado pela pesquisa, 18 episódios de violência armada aconteceram no entorno do colégio - uma média de dois tiroteios por semana. O levantamento não revela o nome ou o bairro exato em que a escola está localizada, mas destaca que os colégios localizados no Jardim Catarina e no Complexo do Salgueiro foram os mais afetados na cidade.

Os casos não se limitam, no entanto, ao colégio gonçalense. Somando os dados de 20 municípios do Grande Rio, mais de 800 mil estudantes da rede pública, quase metade do número total de alunos, foram afetados pelos tiroteios. 1,8 mil unidades escolares estiveram expostas a casos de violência armada, segundo o levantamento.


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Apesar do número de casos na escola de SG, a Zona Norte do Rio é a mais afetada no geral. Dois colégios da Penha estão na segunda e terceira posição na lista de escolas mais impactadas pelos tiroteios. Mais de 1,7 mil conflitos armados foram registrados na região durante o período analisado pelas instituições.

O estudo também revela a disparidade entre a frequência de casos em cada região. Na Zona Sul, por exemplo, 86 trocas de tiros foram registradas pelas instituições no ano analisado - número mais de 90% menor que o registrado na Zona Norte. A chefe do escritório do Unicef no Rio de Janeiro, Flávia Antunes, destaca que essa frequência de episódios de violência afeta o desempenho educacional dos alunos.

“As crianças e adolescentes que vivem sob o domínio de armas, seja nas mãos de criminosos, seja na mão do Estado, eles se desenvolvem em um ambiente de medo, de desconfiança e de tensão. Então, a gente tá falando de um estressor tóxico, que é a presença da arma de fogo no cotidiano. Isso traz impactos enormes, não só no acesso aos serviços, mas no próprio processo de aprendizagem, que fica muito prejudicado, além da questão psicossocial”, afirma Flávia.

O relatório completo está disponível no site da Unicef Brasil.

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