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Mais uma mulher denuncia ter sido vítima de estupro em boate na Lapa

O crime, denunciado por uma segunda mulher, teria acontecido em novembro do ano passado; As vítimas teriam sido estupradas no "dark room" do estabelecimento

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 04 de abril de 2024 - 13:37
'Dark room' de boate onde teria ocorrido estupro coletivo na Lapa
'Dark room' de boate onde teria ocorrido estupro coletivo na Lapa -

Após vir à tona que uma universitária estrangeira de 25 anos foi vítima de um estupro coletivo dentro de uma boate na Lapa, uma segunda mulher também denunciou que foi violentada no mesmo lugar. O segundo crime teria acontecido em novembro do ano passado. A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro analisa as imagens de câmeras de segurança para identificar os suspeitos do caso da estrangeira.

O Corpo de Bombeiros diz que o local funciona irregularmente, já que não tem o alvará de Certificado de Vistoria Anual (CVA), que garante a segurança contra incêndio e pânico. Por conta disso, o espaço será vistoriado e poderá ser fechado.


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A nova vítima afirmou que, no dia do estupro, estava no espaço para assistir um grupo de pagode que conhecia. E, assim como no dia do crime da universitária, a festa também era 'open bar'.

"Eu fui assistir um grupo de pagode, que eu conhecia. E, neste dia, tinha um open bar e eu bebi normalmente. Quando eu fui ao banheiro não me senti bem, tonta e não me lembro mais do que aconteceu. Desse não lembrar o que aconteceu, eu acordei no quarto preto, com um homem na minha frente, um homem do meu lado sem calça", contou a mulher, que completou:

"Quando eu fui urinar, saíram algumas coisas pelas minhas partes, um líquido pelas minhas partes. Só que assim que eu saí, veio uma funcionária e perguntou: 'Você sabe onde você estava?". Não, não sei. "Você estava num 'dark room' (quarto escuro)". Mas eu nunca entraria no 'dark room'", contou a vítima.

À época do crime, a mulher registrou um boletim de ocorrência e disse que o processo não foi fácil.

"No IML, preparando para fazer um exame, que é um dos exames mais importantes que pode vir a ver quem foi, me perguntaram se eu estava sozinha. Era um homem e ele falou que não poderia fazer o exame, e me mandaram pra casa. Falaram pra voltar no outro dia. Eu me senti violada, eu me senti mal em todas as etapas do que eu poderia fazer, até os culpados poderem ter sido reconhecidos", destacou a vítima, que entrou em contato com a boate pra pedir ajuda:

"Entrei em contato com a boate, até hoje não me responderam e até hoje eu tenho dor. Não tem um dia que eu fique com uma noite tranquila. Eu creio que sejam vários casos porque se eles tentaram persuadi-la para não dar queixa, ele me humilhou. O funcionário da casa tentando me fazer acreditar porque eu estava realmente bem zonza, que a culpa era minha".

Essa nova vítima procurou a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj após a repercussão do caso da universitária estrangeira.

Universitária deixa o Brasil

A jovem voltou para casa e escreveu uma carta onde disse que precisava "descansar e esquecer" tudo o que aconteceu.

"Estou de volta em casa e só quero descansar e esquecer (....) Não sei se haverá justiça ou não (...) (Mas) Espero que a minha história ajude outras mulheres que passaram pela mesma coisa a serem encorajadas a falar, que saibam que não estão sozinhas".

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj acompanha os casos.

"Essa é uma situação extremamente absurda de mulheres que vão para se divertir e se encontram numa situação de vulnerabilidade e fragilidade. Então, após a repercussão da jovem estrangeira, uma (outra) mulher entrou em contato e contou o horror que viveu em novembro do ano passado. É uma pessoa Que costuma frequentar casa de shows, boates e ficou numa situação frágil", disse a deputada Renata Souza (Psol).

Perícia na boate

Na última quarta-feira (3), a Deam do Centro do Rio fez uma perícia na casa de show. Os proprietários entregaram as imagens das câmeras de segurança e os investigadores já têm pistas de um do suspeito que convidou a jovem sul-americana para o quarto escuro.

Em nota, a boate disse que repudia veementemente o crime e que nunca irá apoiar qualquer tipo de intolerância, opressão ou violência contra as mulheres. O estabelecimento destacou que acolheu a vítima e informou que vai fornecer as imagens do circuito de câmeras da boate para a polícia.

Questionada sobre a nova denúncia, a casa de shows ainda não respondeu.

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