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Mãe de jovem encontrado morto em Itaboraí depõe à polícia; dono de clínica também será ouvido

O caso é tratado como suicídio, hipótese que a família não acredita; vítima foi encontrada morta em terreno ao lado de clínica onde estava internado

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 19 de julho de 2023 - 13:55
Patrick foi achado morto uma semana antes da data em que ele receberia alta médica
Patrick foi achado morto uma semana antes da data em que ele receberia alta médica -

A mãe do homem de 26 anos encontrado morto em Itaboraí, no início do mês, foi ouvida, na manhã desta quarta-feira (19), pela Polícia Civil. Patrick Cardoso Fonseca foi encontrado no dia 2 de julho, enforcado e pendurado em uma árvore ao lado da clínica de reabilitação onde ele se tratava. Apesar da perícia indicar suicídio como a causa da morte, a família acredita que ele tenha sido assassinado.

O depoimento da mãe de Patrick foi marcado para às 10h desta quarta (19), na 71ª DP (Itaboraí). Ela chegou na delegacia onde o caso é investigado por volta das 10h15.

O depoimento da mãe de Patrick foi marcado para às 10h desta quarta (19), na 71ª DP (Itaboraí)
O depoimento da mãe de Patrick foi marcado para às 10h desta quarta (19), na 71ª DP (Itaboraí) |  Foto: Filipe Aguiar

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"Não aceito essa questão do suicídio, meu filho já havia passado por coisas muito piores e nunca tinha feito algo parecido. Não faz sentido para mim, faltando poucos dias para ele receber alta, tirar a própria vida, já estando saudável, forte e com planos para seu futuro", declarou a mãe de Patrick ao sair da delegacia.

Ele era terapeuta e tinha planos de trabalhar com isso. Tinha faculdade em administração e era muito inteligente. Um menino novo, bonito, que tinha tudo a favor dele, só precisava se limpar das drogas, largar o vício Mãe da vítima

O testemunho aconteceu 17 dias após o corpo do terapeuta ter sido encontrado em um terreno baldio ao lado da Clínica de Reabilitação Alpha, localizada também em Itaboraí, onde ele fazia tratamento contra álcool e drogas há quase um ano. Patrick foi achado uma semana antes da data em que ele receberia alta médica, e, segundo familiares, dois dias após sua fuga do estabelecimento, o que é negado pela clínica, pois segundo o centro terapêutico o paciente teria liberdade para ir e vir, não precisando fugir.

"Já estava tudo certo para a saída dele, mas tive um imprevisto financeiro e precisei adiar alguns dias. Entendi que ele só poderia sair de lá após esse pagamento, mas meu filho foi impedido de falar comigo nesse dia, o que foi muito estranho pois ele sempre teve liberdade de me ligar a hora que queria", contou a mãe.

"Já no dia seguinte, recebi a notícia de que ele havia fugido, mas imaginei que ele iria me ligar, porque isso já havia acontecido antes, das outras vezes que ele fugiu. Dois dias depois recebi outra notícia, de que ele havia sido encontrado pendurado em uma árvore e que tinha se enforcado, o que eu nunca acreditei. Ele não tinha marcas nas mãos, se tivesse amarrado a corda na árvore, teriam marcas. Além disso, ele estava bem, saudável, forte, estava muito bem", declarou.

A mãe de Patrick não quis mostrar seu rosto ou ter seu nome divulgado pela imprensa. Sua defesa, que é feita pelo advogado Jairo de Magalhães Pereira, fez uma petição à 71ª DP para que o corpo seja exumado. A família gostaria de entender se houve um possível uso de algum medicamento pela clínica de reabilitação antes dele morrer.

Com base no laudo e nas informações fornecidas pela mãe do Patrick, nós viemos solicitar a investigação da morte, pois acreditamos que a clínica também deve ser responsabilizada, o muro do local era baixo, a mãe já havia feito um contrato, e o Patrick foi encontrado em um terreno baldio, então eles tem sim responsabilidade sobre ele Jairo de Magalhães Pereira, Advogado da mãe da vítima

"Tivemos acesso ao laudo, onde o perito já falava da necessidade de uma investigação mais profunda para que se analisasse e chegasse a conclusão de todo o evento dessa morte. Com base no laudo e nas informações fornecidas pela mãe do Patrick, nós viemos solicitar a investigação da morte, pois acreditamos que a clínica também deve ser responsabilizada, o muro do local era baixo, a mãe já havia feito um contrato, e o Patrick foi encontrado em um terreno baldio, então eles tem sim responsabilidade sobre ele", afirmou o advogado Jairo de Magalhães Pereira.

Procurado por telefone, o dono da clínica, Marcos Paulo Soares, disse que considera a morte do paciente uma fatalidade e que ele já teria recebido alta quando foi encontrado morto.

“Infelizmente, a gente não esperava isso de uma pessoa que era tão querida por nós. Ele tinha o direito de ir e vir e foi a escolha dele fazer o que ele fez. Estou muito triste com tudo isso. Ele era pra mim mais que um paciente, era o meu amigo. Ele era um paciente que ia até mesmo para o mercado, Infelizmente, eles tinha problemas com a família e problemas emocionais”, afirmou.

Marcos Paulo Soares, disse que considera a morte do paciente uma fatalidade
Marcos Paulo Soares, disse que considera a morte do paciente uma fatalidade |  Foto: Divulgação

Segundo Marcos Paulo, o paciente teria sua alta no dia 1º de julho, um dia antes de aparecer morto, porém a família teria alterado a data para o dia 8, uma semana depois. O dono da clínica foi intimado e deve prestar depoimento na tarde desta quarta-feira (19).

Sobre o bom relacionamento que Patrick e Marcos Paulo aparentavam ter, uma nova prova pode vir a trazer questionamentos durante a investigação. É o que garante a mãe da vítima. "Descobri no meu Facebook há três dias atrás, porque não costumo usá-lo, que meu filho tinha me mandado uma mensagem dizendo para que eu não acreditasse nesse 'cara', porque ele vai querer me fazer de escravo", contou a mãe de Patrick, em referência a possível relação da mensagem com Marcos Paulo Soares.

Em nota, a Polícia Civil informou que o fato foi registrado como suicídio e que diligências estão em andamento para conclusão do caso.

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