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Anderson Torres e Alexandre Ramagem são exonerados da Polícia Federal

A decisão foi assinada pelo Ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, acatando decisão do STF

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 03 de dezembro de 2025 - 16:34

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres foram demitidos da Polícia Federal, nesta quarta-feira (3), por causa da condenação do Supremo Tribunal Federal (STF), devido a participação deles na tentativa de golpe de Estado. 

A demissão de ambos, que eram delegados, foi oficializada em uma portaria assinada pelo ministro Ricardo Lewandowski, atendendo a decisão do STF, que ordenou a perda dos cargos na PF, além de impor pena de prisão. 

Ambos integram o chamado núcleo crucial da trama golpista, encabeçada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras cinco pessoas. Todos foram condenados e estão cumprindo suas penas, menos Ramagem, que está foragido da Justiça brasileira, mas ainda mantém o cargo de deputado federal.


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O parlamentar viajou para os Estados Unidos, sem a autorização da Câmara de Deputados, ainda em setembro, antes de ser condenado a 16 anos de prisão pela trama golpista.

Em março deste ano, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que o tornou réu. Segundo a PGR, a articulação visava manter Bolsonaro no poder após perder as eleições de 2022 para Lula. 

As investigações indicaram que ele atuou em favor do golpe de Estado quando era diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no governo Bolsonaro. Ramagem atuava trabalhando na construção e no direcionamento de mensagens que passaram a ser difundidas pelo ex-presidente para descredibilizar o processo eleitoral. 

Já Anderson Torres, comandou o Ministério da Justiça entre março de 2021 e dezembro de 2022, no governo Bolsonaro. Com o fim da gestão, ele assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) em 2 de janeiro de 2023 e foi exonerado no dia 8 pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), após os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília.

De acordo com a denúncia da PGR, aceita pelo STF, Torres usou o cargo para atacar instituições com foco no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um desses episódios foi uma live realizada por Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em julho de 2021, para questionar o sistema eleitoral. Na ocasião, Torres leu um documento recomendando o voto impresso. 

O parecer da PRG, também apontou o papel do ministro na operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022. Na época, denúncias apontaram que foram realizadas blitzes para dificultar o acesso de eleitores ás urnas, especialmente na região Nordeste do país, conhecido reduto eleitoral do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. 

Também foi na casa de Anderson Torres, em Brasília, que a PF encontrou uma suposta minuta de golpe de Estado, uma das principais peças que embalsam a ação penal. 

Já na chefia da SSP-DF, Torres estava fora do Brasil no dia 8 de janeiro de 2023, quando prédios públicos do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto foram invadidos e depredados. O então secretário viajou para os Estados Unidos com sua família na noite de 6 de janeiro, três dias antes do início oficial de suas férias, e é acusado de omissão no episódio.

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