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Caso em Niterói expõe problema já previsto em projeto de lei do deputado Douglas Gomes contra domínio criminoso da internet

Facções impõem monopólio da internet em Niterói

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 13 de setembro de 2025 - 14:00
Projeto de Douglas Gomes ganha destaque após caso de crime digital
Projeto de Douglas Gomes ganha destaque após caso de crime digital -

O recente episódio em Várzea das Moças, em Niterói, onde moradores relataram intimidações de criminosos e o corte deliberado de cabos de internet de empresas concorrentes, evidencia um problema que se tornou rotina em várias regiões do estado: o controle criminoso sobre serviços essenciais.

Segundo relatos, funcionários de provedores como Leste Telecom e Vivo foram ameaçados por supostos integrantes de facções enquanto tentavam restabelecer o sinal. Panfletos ainda circulavam indicando uma única empresa como fornecedora da região, com valores considerados abusivos. A Polícia Civil investiga a possível ligação do provedor com traficantes do Comando Vermelho.


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A situação expõe, de forma prática, a urgência do Projeto de Lei nº 5737/2025, de autoria do deputado estadual Douglas Gomes, que institui o Programa Estadual de Combate ao Controle Criminoso sobre os Serviços de Internet Projeto de Lei 5737-2025.

O que propõe o projeto

A proposta cria um Cadastro Estadual de Provedores de Internet, exigindo certidões de antecedentes criminais de sócios e administradores, além da identificação do beneficiário final da empresa — medida que busca coibir o uso de “laranjas” no setor.

Outro ponto central é a obrigatoriedade de autorização específica para atuação em áreas classificadas como de risco, onde o crime organizado costuma impor monopólios forçados. O PL também prevê relatórios anuais de transparência, sanções administrativas e penais para empresas envolvidas com organizações criminosas, além da criação de um canal de denúncia anônima para consumidores e trabalhadores.

Realidade x Legislação

Na prática, os acontecimentos em Niterói mostram exatamente o que o projeto busca combater: a intimidação de técnicos, a imposição de provedores controlados pelo crime e a eliminação da concorrência por meio da violência.

Para o deputado Douglas Gomes, o episódio reforça a necessidade da aprovação da lei:

“Não é apenas uma questão de mercado. Estamos falando de segurança pública, de liberdade de escolha do consumidor e de combate a facções que sequestraram um serviço essencial. O caso de Niterói é um retrato claro do que queremos enfrentar com este programa”, disse o parlamentar.

Próximos passos

Caso aprovado, o PL 5737/2025 obrigará empresas de internet a se submeterem a controles mais rígidos de transparência e compliance, especialmente em regiões dominadas por facções.

A expectativa é que o projeto fortaleça a integração entre Anatel, Ministério Público, Polícia Civil e órgãos estaduais, criando barreiras contra a infiltração criminosa no setor.

Enquanto a lei não avança na Assembleia Legislativa, moradores de bairros como Várzea das Moças seguem convivendo com o medo e a sensação de impotência diante de uma realidade em que até o acesso à internet virou instrumento de poder para o crime.

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