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Documento de projeto financiado por emenda de Carlos Jordy traz assinatura de homem morto

O caso envolve o projeto Mais Rio em Movimento, que recebeu R$ 4,8 milhões por emenda parlamentar do deputado Carlos Jordy (PL-RJ)

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 21 de julho de 2025 - 14:03
Proposta com assinatura de falecido reforça suspeitas de fraudes em cotação de preços de projeto esportivo financiado por emenda do deputado Carlos Jordy
Proposta com assinatura de falecido reforça suspeitas de fraudes em cotação de preços de projeto esportivo financiado por emenda do deputado Carlos Jordy -

Um documento assinado por um homem morto há quase três meses foi usado por uma ONG do Rio de Janeiro em um projeto esportivo financiado com recursos públicos. O Instituto Realizando o Futuro apresentou, em uma cotação de preços para aluguel de carros com combustível, uma proposta da empresa Transtar assinada por Edson Diniz Ângelo, que faleceu em novembro de 2023, três meses antes da data do documento, de fevereiro de 2024. As informações são do UOL. 

Documento traz assinatura de homem morto
Documento traz assinatura de homem morto |  Foto: Divulgação

O caso envolve o projeto Mais Rio em Movimento, que recebeu R$ 4,8 milhões por emenda parlamentar do deputado Carlos Jordy (PL-RJ). A assinatura do falecido reforça suspeitas de manipulação em processos de cotação para favorecer empresas, muitas vezes ligadas às próprias ONGs.


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A Transtar, cuja sede registrada nunca funcionou no endereço oficial, participou de ao menos 40 cotações desde 2021, mas nunca venceu. Ângelo, que era o único sócio desde 2020, também teve vínculo anterior com outras ONGs investigadas por desvio de verbas, como Con-tato e ICA. Após sua morte, outra empresa ligada a ele recebeu R$ 436 mil em um projeto ambiental da ONG Con-tato.

O projeto esportivo foi executado com a Unirio, oferecendo aulas de boxe, karatê e futebol em 21 núcleos, principalmente em Niterói. O deputado Jordy afirma não ter envolvimento na gestão financeira, mas desde 2023 já destinou R$ 13 milhões a ONGs sob suspeita. Após denúncias, parte desses recursos foi redirecionada para entidades com pouca ou nenhuma experiência prévia em receber verbas públicas.

A proposta vencedora para o transporte foi da Telecoop, com valor de R$ 8.320 mensais, mas sem especificar quantidade de carros ou combustível. A empresa já recebeu R$ 124.800 e afirmou que os detalhes estão nas notas fiscais. A Unirio reconheceu a falta de comprovação de uso dos veículos e pode exigir a devolução de recursos se irregularidades forem confirmadas.

O que dizem os envolvidos

A ONG nega irregularidades e diz que o transporte foi usado para apoio logístico. Já a Unirio declarou que a assinatura de uma pessoa morta “causa estranheza” e espera que os órgãos competentes investiguem o caso.

Jordy afirmou, por meio de sua assessoria, que não tem qualquer participação na gestão financeira do projeto nem escolhe ou fiscaliza os fornecedores. Ele declarou ter "total interesse na apuração dos fatos". 

Projeto esportivo é financiado com recursos públicos
Projeto esportivo é financiado com recursos públicos |  Foto: Divulgação

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