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Maitê Proença comenta sobre assassinato da mãe com 16 facadas pelo pai

A atriz presenciou a cena aos 12 anos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 21 de agosto de 2017 - 17:24
A atriz palestrou na "Semana da Justiça pela Paz em Casa"
A atriz palestrou na "Semana da Justiça pela Paz em Casa" -

Maitê Proença emocionou a plateia na abertura da 8ª edição da "Semana da Justiça pela Paz em Casa", realizada nesta segunda-feira, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), ao contar sobre a tragédia familiar vivenciada na adolescência e que marcou todo o futuro da sua família. A atriz e escritora falou sobre o assassinato da mãe com 16 facadas pelo pai, presenciado por ela quando tinha apenas 12 anos de idade.

“Não gosto de falar muito sobre isso. Tínhamos uma família perfeita, eu tocava vários instrumentos, praticava esportes e falava idiomas. Minha mãe tocava piano de cauda e meu pai, quando chegava em casa à noite, contava histórias e fábulas da mitologia, havia mágica. Depois da morte da minha mãe, ele foi morar em uma chácara e, mais tarde, morou em um manicômio. Eu perguntei a ele porque não atirou em minha mãe e ele disse que a faca era uma extensão do corpo dele", disse a atriz, convidada especialmente para o evento pela presidência do TJ.

Maitê ainda contou que o pai foi julgado duas vezes e absolvido com a ajuda do depoimento dela. Segundo a atriz, ela tinha medo de que o pai tirasse a própria vida.

"Eu acho que aquele homem não era um assassino. Ele tinha cometido aquele gesto de loucura que tinha destruído a nossa casa, mas não continuaria naquela prática. Essa grande violência acontece em uma escala, não acontece num rompante. A situação neurótica é que leva a isso. Acho que minha mãe não foi cautelosa, porque ela conhecia a pessoa rígida que era o meu pai. Faltou alguma coisa na forma de agir daquela família”, disse a atriz, concluindo que toda a família fica marcada pela violência doméstica.

Durante a palestra, Maitê acrescentou que cada ato de violência precisa ser analisado nas suas especificidades. Ela também acrescentou que a as vítimas precisam pedir ajuda.

“Quando acontece uma coisa, não é só a mãe que sofre, as outras vítimas também sofrem.  A violência atinge a todos. Eu tinha dois irmãos, um se matou de tanto beber e o outro entrou para as drogas pesadas. Meu pai acabou se matando também. Então, quem sobrevive a isso, como no meu caso, passa a vida perguntando se tem valor. Por que eu não consegui impedir? Ninguém pensou na gente, naquela estrutura alegre, nada daquilo foi levado em conta”, revelou a atriz para fazer um alerta às vítimas da violência.

'Semana da Justiça' prevê a realização de 1,5 mil audiências 

Estão previstas a realização de 1,5 mil audiências no Tribunal de Justiça do Estado do Rio, durante a "Semana da Justiça pela Paz em Casa", que vai até a próxima sexta-feira (25). Na solenidade de abertura, o presidente do TJ, desembargador Milton Fernandes de Souza, disse que o tema da violência doméstica é preocupante no Brasil de hoje.

“A Justiça é protagonista neste tempo. É um tema atual e preocupante”, pontuou o desembargador.

A segunda parte da cerimônia, presidida pela desembargadora Suely Lopes Magalhães, e com a participação da juíza Adriana Ramos de Mello, titular da I Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, foi composta de palestras da presidente do Instituto de Pesquisas Heloísa Marinho, psicóloga Maria Cristina Milanez Werner; e da coordenadora da ONG Cepia, Leila Linhares Barsted. 

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