Carlos publica vídeo de Bolsonaro soluçando e afirma que estado de saúde pode representar riscos
Ex-presidente cumpre pena por liderar uma tentativa de golpe de Estado

O ex-vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), postou um vídeo na manhã desta sexta-feira (12), em que mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro, soluçando enquanto dorme. Na publicação, Carlos disse que não gostaria de tornar o material público, mas afirma que a situação é "impossível de ignorar" e pediu cuidados médicos contínuos para o pai.
Jair Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde o dia 22 de novembro, cumprindo uma pena de 27 anos e 3 meses, por liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Na postagem, Carlos argumenta que o vídeo mostra reflexos da facada sofrida pelo então candidato em 2018 e foi gravado antes da detenção do ex-presidente.
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"Eu não pretendia tornar público um vídeo que expõe meu pai em mais uma situação terrível como os reflexos da facada que levou de antigo integrante do PSOL - o fato exposto registrado antes da sua prisão arbitrária se faz necessário e me dilacera de forma que não sei explicar - porque é doloroso demais encarar aquilo que meus próprios olhos veem diariamente, quando estou com ele. Mas a realidade é impossível de ignorar", escreveu no X.
O filho do ex-presidente também relatou que o pai passa por episódios recorrentes de refluxo, dificuldades físicas e risco constante de broncoaspiração, que ocorre quando o conteúdo gástrico vai para os pulmões.
"Ele precisa de cuidados especiais 24 horas por dia, e sua condição só piora", afirmou. Carlos disse também que há situações mais graves do que as mostradas no vídeo e que elas representam "risco real e imediato à vida" do pai.
"Se ele broncoaspirar por causa do refluxo constante, ele pode morrer com a crescente pressão sofrida paulatinamente nos últimos tempos. Sem cuidados médicos contínuos, acompanhamento ininterrupto e ambiente adequado, estamos diante de uma tragédia anunciada", concluiu.
A defesa de Jair Bolsonaro pediu ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, uma autorização para uma cirurgia de urgência, para tratar uma hérnia inguinal. Segundo a solicitação, de acordo com relatórios médicos, seria necessário uma internação hospitalar "imediata" para 5 a 7 dias para dois procedimentos.
Moraes questionou as datas dos exames e a ausência das condições indicadas pelo laudo da defesa no exame médico antes da prisão. Agora a PF terá um prazo de até 15 dias para realizar uma perícia médica independente. É com base nesse laudo que será decidido se Jair Bolsonaro continuará preso na Superintendência da Polícia Federal.
O ministro afirmou também que Bolsonaro tem acesso a atendimento médico em tempo integral, em regime de plantão, na Superintendência da PF.
"Ressalte-se, ainda, que os exames médicos apresentados pela defesa não são atuais, sendo que o mais recente foi realizado há 3 (três) meses, sem que à época os médicos tenham indicado necessidade de imediata intervenção cirúrgica", escreveu o magistrado.