Brasil terá a 1ª vacina de dose única contra a dengue no mundo
A Butantan-DV será aplicada inicialmente na população entre 12 e 59 anos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou a vacina contra a dengue desenvolvida pela Instituto Butantan, a primeira em dose única do mundo. A Butantan-DV será aplicada inicialmente em pessoas entre os 12 e 59 anos de idade. Agora, a agência formaliza a etapa administrativa para que o imunizante passe a ser incluído no Programa Nacional de Imunizações.
Em entrevista, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o imunizante já estará disponível no calendário nacional no começo de 2026.
''Amanhã, tem a reunião dos secretários estaduais e municipais de saúde com o Ministério. Vamos apresentar isso já para os gestores estaduais e municipais se organizarem. Vai para o Programa Nacional de Imunização, vacinar o Brasil todo. ''Nós vamos trabalhar a partir dessas recomendações do Comitê Técnico de Especialistas, para definir o público que começa a vacinação, quais faixas etárias são prioritárias''.
Leia também:
Mesmo antes da aprovação o Butantan já havia começado a produção da vacina em seu parque industrial. O instituto já tem mais de um milhão de doses prontas para serem distribuídas. O órgão também fechou uma parceria com a empresa chinesa WuXi, para aumentar a produção.
O acordo aumentará a capacidade de fornecimento para serem entregues cerca de 30 milhões de doses na segundo semestre de 2026.
A aprovação foi concedida após cinco anos de acompanhamento dos voluntários no ensaio clínico da fase 3, submetidos à Anvisa. Os indivíduos entre 12 e 59 anos de idade, obtiveram 74,7% de eficácia geral, 91,6% de eficácia contra dengue grave e com sinais de alarme e 100% de eficácia contra hospitalizações por dengue. O estudo, conduzido entre 2016 e 2024, avaliou a Butantan-DV em mais de 16 mil voluntários residentes de 14 estados brasileiros.
Composto pelos quatro sorotipos do vírus da dengue, o imunizante se mostrou seguro e eficaz tanto em pessoas com infecção prévia como naquelas que nunca tiveram contato algum com o patógeno. A maioria das reações foi leve a moderada, sendo as principais dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça e fadiga. Eventos adversos sérios relacionados à vacina foram raros e todas as pessoas se recuperaram.