São Gonçalo inaugura Associação de Ostomizados e reforça: moradores têm direito à bolsa de colostomia gratuita
Entidade oferece acolhimento, orientação técnica e apoio psicológico a mais de 1.400 pacientes do município

Foi inaugurada oficialmente nessa terça-feira (25) a Associação de Ostomizados de São Gonçalo, no Shopping Partage São Gonçalo. A entidade nasce com o objetivo de garantir assistência integral, na assistência psicossocial, jurídica, dando todo apoio necessário para quem utiliza bolsa de colostomia, ileostomia ou urostomia. Essa ajuda começa quando a pessoa sai do hospital e geralmente fica sem auxílio.
Segundo os organizadores, a iniciativa é 100% independente, sem qualquer vínculo partidário. “A associação chega para acolher, orientar e dar suporte verdadeiro a quem passa por um processo tão difícil”, afirmou Edmar Aquino, fundador do projeto.
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Direito garantido: gonçalenses ostomizados recebem bolsa gratuitamente
Durante o evento, profissionais reforçaram uma informação essencial: todo morador de São Gonçalo que recebe uma ostomia tem direito a receber gratuitamente a bolsa e todos os insumos necessários.
“Qualquer paciente ostomizado residente do município tem acesso completo ao Núcleo de Ostomizados, onde recebe bolsa, insumos, atendimento médico, psicológico e nutricional”, explicou o enfermeiro Pablo Pereira.

O município atende hoje 1.452 pacientes. “Essas pessoas recebem as bolsas todos os meses. A quantidade depende da adaptação de cada um, mas se o paciente precisar de mais, o núcleo vai ajudar”, ressaltou Pablo.
Ele também explicou que muitos pacientes saem do hospital sem orientação adequada:
Pablo, que também já foi uma pessoa que precisou da utilização da bolsa de colostomia, explica: “Assim como aconteceu comigo e com 90% dos ostomizados, a alta é dada apenas com a bolsa que já está no corpo. Nosso papel é acolher, orientar e levar esse paciente ao núcleo, porque tratar de forma errada pode gerar infecções graves.”
Acolhimento completo: apoio psicológico, jurídico e orientação técnica
Entre os principais serviços disponibilizados pela Associação estão:
• Atendimento psicológico individual e em grupo, com terapeutas voluntárias
• Orientação jurídica para garantia de direitos e acesso a insumos
• Acompanhamento de enfermeiros especializados, responsáveis por ensinar o uso correto das bolsas
• Palestras e ações educativas para pacientes e familiares
• Encaminhamento ao Núcleo de Ostomizados quando o paciente recebe alta sem orientação
• Doação de bolsas, quando necessário, em parceria com fabricantes
A terapeuta Melissa Rodrigues destaca que o suporte emocional é um dos pilares do tratamento, já que muitos pacientes enfrentam vergonha, medo, rejeição do próprio corpo ou passam por traumas, como câncer, acidentes ou perfurações por arma de fogo.
Apoio emocional e jurídico: uma rede para acolher toda a família
A Associação oferecerá atendimento psicológico presencial e online. “A ostomia não é o fim. É apenas uma vírgula na história da pessoa”, completa a terapeuta Melissa Rodrigues.
“A maioria chega com vergonha, negação ou trauma. Mudar o corpo mexe totalmente com a mente. Por isso atendemos não só o paciente, mas também a família”, diz.
O projeto, que disponibiliza ajuda psicológica, explica que o atendimento individual online já está ativo, com mais de dez voluntárias. As sessões presenciais em grupo serão iniciadas em 5 de janeiro de 2026. Ou seja, tanto a pessoa que precisa da ajuda quanto a sua família terão duas sessões de terapia por semana, uma sessão individual e uma em grupo.
A experiência de quem vive a realidade da ostomia
Um dos relatos mais fortes veio do próprio idealizador da Associação, Edmar Aquino, que contou como surgiu o desejo de ajudar outras pessoas. “Recebi alta numa sexta-feira, às quatro da tarde. O médico apenas disse: ‘O senhor está de alta, procure uma loja para comprar bolsas’. Eu saí sem orientação nenhuma”, contou.

Sem saber como lidar com o equipamento, ele relata: “Comprei cinco bolsas. No dia seguinte, as cinco tinham estourado. Voltei e comprei mais dez. Era muito caro e eu não sabia o que fazer.”
A partir dali, começou a pesquisar e encontrou associações estadual e nacional, que o incentivaram a criar o coletivo que posteriormente se tornou a Associação de Ostomizados de São Gonçalo.
“Eu queria ajudar outras pessoas a não passarem pelo que eu passei.”
Tecnologia, orientação e doações
Representantes de empresas parceiras também participaram da inauguração. A consultora educacional da Convatec, Luana Vingiane, explicou a importância de escolher o equipamento correto:
“Cada estomia tem um formato, e isso define o tipo de bolsa ideal. Nosso papel é orientar o paciente e evitar lesões de pele, vazamentos e sofrimento desnecessário.”

Ela acrescentou que o programa Me+ realiza avaliação gratuita para ajudar na adaptação: “Todo paciente deve passar por uma avaliação profissional de um enfermeiro para saber qual bolsa usar. Esse cuidado faz toda a diferença.”
Serviço
Atendimento: Seg, Quarta, sextas e sábado de 10:00 às 13:00hs Local: Shopping Partage — São Gonçalo -Av. Pres. Kennedy, 425 - Lojas 202/204 - Centro, São Gonçalo
Atendimento: exclusivo para moradores ostomizados do município de São Gonçalo

Objetivo: acolhimento, orientação, doações, apoio técnico e psicológico Ação integra o Novembro Verde, mês dedicado à conscientização dos pacientes ostomizados.
Instagram: @asosgoficial