Ato público contra a extinção do Clube 5 e Julho acontece nesse domingo (23) em Niterói
Justiça decidiu pelo fim da tradicional agremiação do Barreto, onde deverá ser construida mais uma filial de grande rede atacadista, que tem permissão para ocupar imóvel, se necessário com uso da força policial de rede atacadista

A Praça do Barreto, na Zona Norte de Niterói, virou ponto de protesto de um grupo de moradres do bairro, numa mobilização com gestores do meio esportivo da cidade contra a extinção do Clube Combinado Cinco de Julho, um dos mais tradicionais do municíipio. Patrimônio histórico e esportivo da cidade, a agremiação está prestes a fechar as portas de vez, conforme decisão da Justiça.
A 8ª Vara do Trabalho do Trabalho determinou que a empresa Multi Atacado e Varejo de Utilidades do Lar Ltda, conhecida popularmente como Tubarão Atacadão, seja imediatamente colocada na posse do imóvel, podendo contar com força policial. Se houver resistência ou portas trancadas, será permitido o arrombamento com um chaveiro.
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Além disso, todos os bens que permanecerem no local, localizando no bairro do Barreto, ficarão sob responsabilidade do Tubarão, que poderá catalogá-los. O Cumprimento Provisório de Sentença foi assinado pela juíza do Trabalho Titular Barbara de Moraes Ribeiro Soares Ferrito, no último dia 12 de novembro.
Embora parte da tramitação na Justiça seja administrativa, o risco concreto é que a sede histórica do clube seja tomada por interesses privados, abrindo espaço para a construção de um empreendimento comercial no lugar de um patrimônio cultural e esportivo da cidade.
Com quase um século de história, o clube foi arrematado pela Tubarão após ser levado a leilão em 2020, devido a dívidas trabalhistas acumuladas. Em 2022, o clube foi oficialmente reconhecido como patrimônio material e imaterial de Niterói (Lei 3.723/2022).
Em 2024, o Município declarou o terreno de utilidade pública, com desapropriação total (Decreto 15.373/2024), justamente para garantir a continuidade das atividades que beneficiam toda a cidade.
Moradores, frequentadores e entidades como a Associação de Clubes de Niterói (ACN) alertam para o risco de destruição do patrimônio coletivo.
'Ignorar esse arcabouço legal e entregar a posse a um grupo econômico, mesmo com decreto de desapropriação vigente, significa uma decisão desconectada do interesse público, que podegerar dano irreversível ao patrimônio que se pretende proteger', alertou a ACN, por meio de nota.