'Extra Natal': Movimento do comércio no fim de ano impulsiona contratações temporárias em São Gonçalo
Comerciantes se preparam para o período de maior movimentação do varejo

Faltam exatos 36 dias para o Natal, e a contagem regressiva para uma das datas mais aguardadas do ano movimenta o comércio da cidade de São Gonçalo. Entre confraternizações e preparativos para as festas de fim de ano, lojistas reforçam estoques e se organizam para atender à crescente demanda dos consumidores através da contratação de funcionários temporários do famoso "Extra Natal".
Percebe-se que com o passar dos anos, os comerciantes vem se adiantando cada vez mais, através da organização de estoques, divulgação de ofertas e número de funcionários, para que as vendas sejam realizadas de maneira eficaz no final do ano. Esse movimento também impulsiona as contratações temporárias, demonstrando competitividade e confiança do setor em relação à economia local.

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Consumo em alta
Diante da alta procura, lojas no centro da cidade reforçam seus estoques e aumentam o número de colaboradores, como é o caso de duas grandes redes de lojas de calçados: Di Santinni e Kik Calçados.
"Todo final de ano a gente faz essa contratação extra pra pode ajudar na movimentação da loja, que aumenta bastante nesse período. Então além dos fixos a gente contrata os extras que ficam, geralmente, até janeiro. As vezes também acontece de contratarmos os que melhor se desenvolverem durante esse tempo", explicou a atendente sênior da loja Di Santinni, Letícia Torres.
"As nossas contratações começaram no finalzinho de outubro, focadas na Black Friday e no Natal. Esse período de antecedência é importante para que os funcionários entrem antes do "boom" de vendas, para entenderem como funciona a rotina da loja e pegarem experiência. Esse ano já estamos com o quadro de funcionários completo, e temos mais extras do que fixos, por exemplo, porque a demanda é muito grande nesses últimos dois meses do ano [...] A entrega de currículos acontece o ano inteiro, seja pessoalmente na loja, ou por e-mail. E acaba sendo uma ótima oportunidade para a pessoa se inserir no mercado de trabalho, porque para o extra de fim de ano a gente contrata sem experiência, então para muitos é o primeiro emprego, o que abre ainda mais portas para o desenvolvimento profissional", explicou Letícia.

É o que também afirma a subgerente da Kik Calçados, Daiane Oliveira. "Começamos a divulgar a contratação para o Extra Natal no começo de novembro, para que os funcionários pudessem começar já na segunda quinzena do mês. Na última segunda-feira (17) começaram três extras aqui na loja, por exemplo, e esse movimento é muito importante pelo período em que estamos entrando, que é o melhor do ano em relação às vendas".
Novas oportunidades
Um exemplo de como as contratações temporárias podem ser uma "via de mão dupla" para empresa e trabalhador, é a atendente Keila Soares, que entrou recentemente para a lista de colaboradores de "Extra Natal" da Di Santinni. Segundo a gonçalense, a oportunidade surgiu como uma chance de se inserir melhor no mercado de trabalho.
"Essa é a primeira vez que trabalho como temporária, e tem sido uma excelente oportunidade de melhorar profissionalmente e também de me inserir melhor no mercado de trabalho. Eu já trabalhei em outras empresas, em outros setores, mas é a primeira experiência no ramo de calçados. E é uma área que estou gostando muito, que pretendo continuar, me aperfeiçoar e crescer cada vez mais", afirmou.

"Recebi a informação de que estavam contratando aqui nessa loja do centro da cidade, coloquei meu currículo e graças a Deus fui selecionada. Para mim, além de toda a experiência que irei adquirir, também foi uma excelente possibilidade de aumentar a renda nesse fim de ano, onde os gastos são grandes", completou a atendente.
A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM) estima cerca de 535 mil contratos entre outubro e dezembro de 2025 , um aumento de 7,5% em relação ao ano passado. A Indústria lidera com 50% das contratações, seguida pelos setores de Serviços (30%) e Comércio (20%).
O levantamento ainda indica que as contratações temporárias devem ter uma duração média de 2,5 meses (2,9 meses nas capitais), e 47% das companhias planejam efetivar profissionais após o período.

