Custo da cesta básica apresenta queda, mas consumidores ainda não sentem alívio no bolso
Em setembro, o preço da cesta básica do Rio de Janeiro apresentou queda de -0,26% em relação a agosto

O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 22 das 27 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre agosto e setembro de 2025, as maiores quedas ocorreram em Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%). Entre as cidades com elevação do valor da cesta, destaca-se Campo Grande (1,55%).
No Rio de Janeiro, o preço da cesta básica apresentou queda de -0,26% em relação a agosto. O custo foi de R$ 799,22, a quarta cesta básica mais cara entre as capitais pesquisadas. Na comparação com setembro de 2024, o preço da cesta acumula elevação de 5,54%. Na variação acumulada ao longo do ano, o valor apresenta alta de 2,49%.
Entre agosto de 2025 e setembro de 2025, oito dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram diminuição nos preços médios no Rio: batata (-11,75%), tomate (-8,73%), café em pó (-2,92%), feijão preto (-2,26%), arroz agulhinha (-1,69%), manteiga (-1,52%), açúcar refinado (-0,66%) e leite integral (-0,41%). Os outros cinco produtos apresentaram elevação de preço: banana (6,52%), óleo de soja (6,11%), farinha de trigo (1,59%), pão francês (1,24%) e carne bovina de primeira (1,04%).
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Para ouvir o consumidor e saber se a queda do custo da cesta básica pôde ser sentida em seu bolso, O SÃO GONÇALO visitou supermercados da região.
"Eu não tenho percebido muita queda nos preços não. Sempre que vou a um mercado faço uma pequisa, comparo preços. Acredito que se tivesse realmente bom eu não precisaria fazer isso", contou a consumidora Fabiana da Silva.
Enquanto isso, para Sr. Manoel de Jesus, os preços estão "dentro do esperado", e não tão injustos como há tempos atrás.
"Eu costumo vir em mais de um mercado, já virou uma rotina, pesquisar os preços e tudo mais, mas pelo que tenho visto, os preços estão nem tão caros e nem tão baratos, estão no meio termo", afirmou.

Entre setembro de 2024 e o mesmo mês de 2025, nas 17 capitais onde é possível comparar os valores da cesta nesse período, os preços aumentaram em todas as localidades, com variações entre 3,87%, em Belém, e 15,06%, em Recife. No acumulado no ano, entre dezembro de 2024 e setembro de 2025, 12 dessas 17 capitais tiveram alta e cinco apresentaram queda. As maiores elevações ocorreram em Recife (4,69%), Porto Alegre (3,54%) e Salvador (3,06%). As capitais com as principais variações negativas foram Brasília (-3,15%) e Goiânia (-3,00%).
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.075,83 ou 4,66 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em agosto, o valor necessário era de R$ 7.147,91 e correspondeu a 4,71 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.


