Rio intensifica fiscalização de bebidas após escândalo do metanol em SP
Governo do Estado emitiu alerta para 92 municípios; capital criou programa para prevenir e combater adulteração de bebidas

O Governo Estadual do Rio de Janeiro entrou em estado de alerta sobre a possibilidade de bebidas adulteradas com metanol. A Secretaria Estadual de Saúde emitiu um alerta para todos os 92 municípios do Estado. A mensagem incentiva unidades de saúde de todo o RJ a reforçarem a atenção com sintomas que possam indicar intoxicação pela substância. Até o momento, não há registro de casos no Rio; o Brasil já soma 43 notificações.
“É essencial que os profissionais de saúde estejam atentos para a possibilidade de intoxicação. Sintomas compatíveis de embriaguez acompanhado de desconforto gástrico ou quadro de gastrite, manifestações visuais, incluindo visão turva, borrada, ou alterações na acuidade visual devem ser investigadas com rapidez. É importante que a população procure atendimento médico e não tente tratar estes sintomas em casa”, disse a secretária estadual de Saúde, Claudia Mello.
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Na capital, o prefeito Eduardo Paes determinou a criação do Programa de Prevenção e Combate à Fraude e Clandestinidade de Produtos Vegetais, com o objetivo de intensificar a fiscalização de produtores de bebidas e reduzir a ocorrência de fraudes em produtos do tipo. Os estabelecimentos e equipamentos que vendem bebidas também passarão por uma vistoria específica. O serviço ficará a cargo da Vigilância Sanitária municipal.
São Paulo tem 10 casos confirmados
O estágio de atenção em todo o país segue a confirmação de casos de intoxicação por metanol, ingerido pelos pacientes em bebidas adulteradas. Em São Paulo, foram confirmados 10 casos de intoxicação; outros 29 casos com indícios clínicos estão sob investigação. Uma morte foi confirmada por intoxicação após consumo. Cinco óbitos estão sendo investigados.
Em Pernambuco, os casos de nove pacientes estão sendo investigados. Na maior parte dos casos, as intoxicações aconteceram após o consumo de gin, vodca e whisky. As bebidas estariam adulteradas com o produto químico, usado como solvente industrial. Altamente tóxico, o produto pode afetar medula, cérebro, pulmão, rins e visão quando ingerido.
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para identificar a rede de distribuição das bebidas, Adulterar bebidas é crime e pode somar penas de até 12 anos de detenção para os responsáveis.