Ciclistas reclamam da redução da quantidade de bicicletas permitidas nas barcas
Usuários das barcas da estação Charitas alegam que o tempo de espera para embarcar aumentou e filas se formam constantemente à espera de autorização

Dezenas de usuários das barcas de Niterói reclamam da dificuldade encontrada recentemente para embarcar com bicicletas, após determinação que prevê apenas 4 ou 5 exemplares do meio de transporte dentro da embarcação. A população alega que a medida vai contra com o incentivo recebido para a utilização de bicicletas, além de gerar transtorno e filas.
De acordo com relatos de usuários das barcas de Charitas, muitos estão sendo impedidos por funcionários da Barcas Rio, concessionária responsável pelo meio de transporte aquático, de embarcar alegando que atingiu o número máximo de bicicletas, que fica entre 4 ou 5, independente do modelo da embarcação.
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“Antes havia permissão (de embarcar) a depender do modelo do catamarã. Tem modelos menores que, realmente, permitiam apenas de 4 a 5 (ex. Modelo Apolo), mas em outros catamarãs maiores (ex. Angra dos Reis ou a de 2 andares) permitiam um número bem superior, como 6, 8 ou até 10 bikes”, contou o usuário das barcas Daniel Schunk, de 43 anos.
A adoção da medida surpreendeu muitos ciclistas que precisam utilizar as barcas diariamente, pois não houve aviso prévio para que pudessem se organizar e compreender a nova logística.
“Eu fiquei sabendo apenas na última terça (09/09) e somente na volta. Na ida, fui normalmente, mas na volta fiquei travado, com a explicação de que já havia excedido o limite de 4 ou 5 bicicletas por determinação da capitania dos portos”, contou.
As longas filas resultando no dobro de tempo para realizar o trajeto de Niterói para o Rio de Janeiro e vice e versa. Em alguns casos, as pessoas abandonaram as bicicletas para retornar ao carro, tendo assim, um aumento de carros nas ruas e piorando o trânsito.
“Essa mudança afetou em vários aspectos, porque muita gente fez investimento, como eu, na bicicleta. Então, o que as pessoas estão fazendo, quem pode, consegue está indo lá para a estação de barcas do Centro, que permite uma quantidade bem maior de bicicletas, já tem outros que não têm o que fazer, como eu. Tem que aguardar, o intervalo das barcas já é um intervalo muito grande, de 20 minutos, e você tem que esperar pela questão da limitação das bicicletas e o intervalo dobra, para 40 minutos. Isso impactou muito. Muitas vezes eu estou voltando a ir de carro, e é mais uma pessoa que vai sozinha para o trabalho de carro, por questão de acesso, porque não faz sentido eu ficar 40 minutos para embarcar além do tempo da travessia”, contou o usuário das barcas.
“Acredito que tenha sido por questões de manutenção das barcas que, por muito tempo, ficaram obsoletas. Com o volume de passageiros em sua totalidade mais o peso das bicicletas, talvez tenham tomado essa atitude para minimizar as questões relativas à falta de manutenção das catamarãs”, completou Daniel.

Procurada, a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana informou que a redução de bicicletas ocorreu pois na Linha Charitas estão sendo operadas embarcações de menor porte em decorrência das características da Baía de Guanabara, na região. Ainda segundo a pasta, as informações sobre a quantidade de veículos permitidos estão sendo comunicadas através de totens em Niterói e Praça XV.
Confira nota na íntegra:
"Em função das características da Baía de Guanabara na região, a linha Charitas opera com embarcações de menor porte. Por isso, é permitido o embarque de 2 a 5 bicicletas por viagem, e desde que os modelos sejam dobráveis.
Essa limitação é mantida em todos os três modelos de embarcações que operam a linha, a fim de evitar transtornos para os ciclistas, caso haja a necessidade de transbordo de passageiros.
A informação em relação ao número de bicicletas permitidas na linha Charitas está disponível em totens no embarque tanto em Niterói quanto na Praça XV, e no site <barcasrio.com.br>.
Já na linha Arariboia, a limitação varia de acordo com a embarcação e os modelos das bicicletas. A capacidade máxima de embarque pode chegar a 90 veículos em uma viagem.
A redução das tarifas das barcas, que leva alívio para o bolso do passageiro desde março, gerou aumento de passageiros e, também, de bicicletas.
Cabe ressaltar que o transporte aquaviário permite o deslocamento de bicicletas durante toda a operação comercial, incluindo dias úteis, com os veículos estando sujeitos apenas à capacidade máxima das embarcações com o objetivo de garantir a segurança e conforto de todos os passageiros."
Contatada, a Capitania dos Portos não respondeu até a publicação desta matéria.