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Ciclistas reclamam da redução da quantidade de bicicletas permitidas nas barcas

Usuários das barcas alegam que o tempo de espera para embarcar aumentou e filas se formam constantemente à espera de autorização

relogio min de leitura | Escrito por Cristine Oliveira com edição de Cyntia Fonseca | 17 de setembro de 2025 - 11:50
Apesar de os passageiros embarcarem normalmente, os ciclistas precisam esperar por um tempo maior até poderem entrar na barca
Apesar de os passageiros embarcarem normalmente, os ciclistas precisam esperar por um tempo maior até poderem entrar na barca -

Dezenas de usuários das barcas de Niterói reclamam da dificuldade encontrada recentemente para embarcar com bicicletas, após determinação que prevê apenas 4 ou 5 exemplares do meio de transporte dentro da embarcação. A população alega que a medida vai contra com o incentivo recebido para a utilização de bicicletas, além de gerar transtorno e filas.

De acordo com relatos de usuários das barcas, de Charitas e Praça XV, muitos estão sendo impedidos por funcionários da Barcas Rio, concessionária responsável pelo meio de transporte aquático, de embarcar alegando que atingiu o número máximo de bicicletas, que fica entre 4 ou 5,  independente do modelo da embarcação. 


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“Antes havia permissão (de embarcar) a depender do modelo do catamarã. Tem modelos menores que, realmente, permitiam apenas de 4 a 5 (ex. Modelo Apolo), mas em outros catamarãs maiores (ex. Angra dos Reis ou a de 2 andares) permitiam um número bem superior, como 6, 8 ou até 10 bikes”, contou o usuário das barcas Daniel Schunk, de 43 anos.

A adoção da medida surpreendeu muitos ciclistas que precisam utilizar as barcas diariamente, pois não houve aviso prévio para que pudessem se organizar e compreender a nova logística.

“Eu fiquei sabendo apenas na última terça (09/09) e somente na volta. Na ida, fui normalmente, mas na volta fiquei travado, com a explicação de que já havia excedido o limite de 4 ou 5 bicicletas por determinação da capitania dos portos”, contou.


Autor: Reprodução - Arquivo Pessoal

As longas filas resultando no dobro de tempo para realizar o trajeto de Niterói para o Rio de Janeiro e vice e versa. Em alguns casos, as pessoas abandonaram as bicicletas para retornar ao carro, tendo assim, um aumento de carros nas ruas e piorando o trânsito.

“Essa mudança afetou em vários aspectos, porque muita gente fez investimento, como eu, na bicicleta. Então, o que as pessoas estão fazendo, quem pode, consegue está indo lá para a estação de barcas do Centro, que permite uma quantidade bem maior de bicicletas, já tem outros que não têm o que fazer, como eu. Tem que aguardar, o intervalo das barcas já é um intervalo muito grande, de 20 minutos, e você tem que esperar pela questão da limitação das bicicletas e o intervalo dobra, para 40 minutos. Isso impactou muito. Muitas vezes eu estou voltando a ir de carro, e é mais uma pessoa que vai sozinha para o trabalho de carro, por questão de acesso, porque não faz sentido eu ficar 40 minutos para embarcar além do tempo da travessia”, contou o usuário das barcas.


Autor: Reprodução - Arquivo Pessoal

“Acredito que tenha sido por questões de manutenção das barcas que, por muito tempo, ficaram obsoletas. Com o volume de passageiros em sua totalidade mais o peso das bicicletas, talvez tenham tomado essa atitude para minimizar as questões relativas à falta de manutenção das catamarãs”, completou Daniel.

Apesar de os passageiros embarcarem normalmente, os ciclistas precisam esperar por um tempo maior até poderem entrar na barca
Apesar de os passageiros embarcarem normalmente, os ciclistas precisam esperar por um tempo maior até poderem entrar na barca |  Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Procurada, a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana informou que não houve autorização para a redução no números de bicicletas dentro das barcas, mas ressaltou que a capacidade máxima da embarcação deve ser respeitada. 

"A Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, por meio do Consórcio Barcas Rio, esclarece que não houve redução no número autorizado para o embarque de bicicletas. Mas é importante lembrar que cada embarcação tem uma capacidade máxima permitida, que não pode ser excedida. Isso inclui a quantidade de bicicletas a bordo, evitando o excesso de peso ou a obstrução das rotas de fuga da embarcação. Segurança e conforto são prioridades para a Setram e para o consórcio na prestação do serviço.

Desde março, quando houve a redução da passagem nas linhas Arariboia, Cocotá, Paquetá e Charitas, levando economia para a população, a movimentação no transporte aquaviário vem registrando aumentos frequentes. Em agosto, por exemplo, foi registrada a entrada de 29.676 bicicletas no sistema. O recorde anterior foi no mês de maio, com 27.222 veículos. Em relação ao número de passageiros, a média em 2024 foi de 46 mil embarques, enquanto no último mês de agosto, o número chegou a 50 mil."

Contatada, a Capitania dos Portos não respondeu até a publicação desta matéria.

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