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Morre Mino Carta, fundador da revista CartaCapital, aos 91 anos

Jornalista italiano foi um dos nomes mais influentes da imprensa brasileira e esteve à frente de revistas como Veja, IstoÉ e CartaCapital

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 02 de setembro de 2025 - 09:20
Mino estava há duas semanas internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês
Mino estava há duas semanas internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês -

O jornalista, fundador e diretor de redação da revista CartaCapital, Mino Carta, de 91 anos, morreu na manhã desta terça-feira (2), em São Paulo. A morte foi confirmada pela revista, que informou que ele “lutava contra problemas de saúde, em idas e vindas do hospital”.

Mino estava há duas semanas internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, onde faleceu. Amigos próximos do jornalista informaram à GloboNews que o velório ocorrerá às 12h desta terça-feira, no Cemitério São Paulo, situado em Pinheiros, na zona oeste da capital.


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A revista CartaCapital confirmou a morte de seu criador, Mino Carta, às 5h59. No site da publicação e nas redes sociais, foi destacado que a história do jornalista se confunde com a do jornalismo brasileiro.

Mino Carta

Natural de Gênova, na Itália, Mino Carta comandou algumas das mais influentes revistas do país, como a Quatro Rodas (1960), Veja (1968), Isto É (1976) e Carta Capital (1994).

Além desses veículos de comunicação, o jornalista também dirigiu o Jornal da Tarde, fundado em 1966, é considerado revolucionário por causa de sua linguagem e diagramação.

Até mesmo os fracassos de Mino tiveram importância para o jornalismo brasileiro, como o Jornal da República, de 1979, lançado durante a abertura política. Sua trajetória profissional foi marcada por embates durante a ditadura militar, principalmente quando a Veja publicou denúncias de tortura, o que causou censura e pressões.

Em suas últimas entrevistas, Mino Carta não escondia seu desencanto com a política brasileira e também tecia críticas aos impactos da tecnologia sobre o jornalismo, pois acreditava que a imprensa estava “escravizada pelas novas mídias”.

Segundo a CartaCapital, Mino considerava que sua maior realização foi a criação da própria revista, fundada em 1994. O veículo se baseia em três pilares: fidelidade aos fatos, espírito crítico e fiscalização do poder.

O jornalista também marcou presença na literatura com os romances Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mata (2016), que trazem memórias pessoais e reflexões filosóficas.

Quando criou a revista IstoÉ, Mino Carta estabeleceu uma forte relação com o então metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após publicar , em 1978, a primeira entrevista com a figura sindical, que na época presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Repercussão

A morte do jornalista causou grande repercussão no meio político. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) divulgou uma mensagem nas redes sociais em que lamenta o falecimento de Mino Carta:

"O Brasil perdeu hoje um de seus maiores jornalistas. Mino Carta dedicou toda sua vida à criação e ao desenvolvimento de publicações que fizeram história na imprensa brasileira, dando voz à defesa dos valores democráticos. Que seu exemplo siga inspirando as novas gerações de jornalistas", escreveu Alckmin no X, antigo Twitter.

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