Ato de banhista ao agarrar pinguim em praia de Niterói gera revolta
Além do risco à saúde do pinguim, o ato pode configurar crime ambiental

O que era para ser apenas um dia de sol e mar na Praia de Itaipu, em Niterói, terminou em indignação para muitos banhistas e protetores dos animais. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que um homem agarra um pinguim‑de‑Magalhães pela pata e o arremessa de volta ao mar, mesmo após pedidos insistentes de pessoas próximas para que ele parasse.
A cena, gravada no último fim de semana, gerou revolta entre frequentadores da praia e ativistas. Isso porque os pinguins que chegam à costa brasileira geralmente estão debilitados após longas jornadas migratórias desde a Patagônia. “É uma situação de estresse extremo para o animal. Ele pode estar doente, ferido ou simplesmente cansado”, explicam especialistas do Instituto BW, organização que atua no resgate de fauna marinha.
Além do risco à saúde do pinguim, o ato pode configurar crime ambiental. De acordo com a legislação brasileira, é proibido maltratar animais silvestres, o que pode gerar multa e até detenção. A Guarda Ambiental de Niterói já foi acionada para investigar o caso, mas até o momento o responsável não foi identificado oficialmente.
Nas redes, internautas comentaram com indignação. “Absurdo total. Falta de empatia com a vida”, escreveu uma usuária. Outro comentou: “Imagina a força usada para arremessar esse animalzinho. Isso não é brincadeira, é crueldade.”
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O que fazer ao encontrar um pinguim na praia?
Especialistas orientam que a população não toque, não tente devolver ao mar e nem ofereça alimentos. A recomendação é manter o animal na sombra, longe de aglomerações, e acionar imediatamente órgãos como:
Guarda Ambiental de Niterói
Instituto Estadual do Ambiente (Inea) – 0800 00 30 600
Instituto BW – 0800 991 4800
Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP‑BS)
Temporada de aparições
Entre os meses de junho e setembro, não é incomum que pinguins-de-Magalhães apareçam nas praias do litoral fluminense. Exaustos, eles costumam chegar em busca de abrigo e descanso após percorrerem milhares de quilômetros desde a região da Patagônia. Só neste mês, já houve registros em Icaraí, Camboinhas, Piratininga e Itaipu.
A situação reforça a importância da conscientização ambiental entre os frequentadores das praias. Mais do que belas paisagens, esses locais também são lar — ainda que temporário — de animais que precisam de respeito e proteção.