Caso Rhuan: Segunda audiência acontece nesta segunda (14); Familiares e amigos realizam novo ato pacífico em busca de justiça
Familiares e amigos irão se reunir no início desta tarde em frente ao Fórum Patrícia Acioli durante julgamento de PM denunciado pela morte de jovem empresário

Familiares, amigos e movimentos sociais irão realizar, no início da tarde desta segunda-feira (14), mais um ato pacífico em busca de justiça pela morte do empresário Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, baleado com quatro tiros de fuzil por policiais do 7º BPM durante uma abordagem, em agosto do ano passado, nas proximidades da comunidade do Salgueiro.
O ato acontece em frente ao Fórum Patrícia Acioli, no bairro Colubandê, em São Gonçalo, onde também será realizada, às 13h15, a segunda audiência do caso. Um tenente da PM foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público do Rio pela morte do jovem gonçalense.
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Também estarão presentes no ato os familiares de João Pedro, adolescente assassinado aos 14 anos em 2020, dentro de casa, também em operação policial em São Gonçalo.
O protesto, organizado pelos familiares de Rhuan, busca mobilizar a sociedade para garantir que o caso não seja esquecido. “Não podemos permitir que esses crimes fiquem impunes. Estamos lutando por justiça não só por Rhuan, mas por todos os jovens que perderam a vida pela mão do Estado”, afirmou um familiar.
Primeira audiência
A primeira audiência do caso, realizada em junho deste ano, contou com o depoimento de oito testemunhas de acusação, incluindo a mãe do jovem, Fernanda Rodrigues. Segundo relatos de Fernanda, também foi ouvido um outro policial, que estava no carro junto ao acusado. Ainda serão ouvidas outras testemunhas e o tenente Marcos Gabriel Silva Mendes, lotado no 7º BPM [acusado pela morte de Rhuan].
"Foi difícil emocionalmente, olhar na cara da pessoa que assassinou meu filho, mas estou confiante. Esse é o primeiro passo para a justiça e eu estou firme e forte até o fim, para honrar a imagem do meu filho", relatou Fernanda, na época.
Denúncia do MPRJ
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o tenente Marcos Gabriel Silva Mendes, lotado no 7º BPM [acusado pela morte de Rhuan] agiu por motivo torpe e pelo uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Ainda de acordo com a promotoria, o policial agiu com desprezo pela vida humana, motivado por mera suspeita de que os ocupantes do veículo pudessem ser criminosos. Os promotores também salientaram que os PMs do 7º BPM estavam com a viatura toda apagada, dificultando que a vítima percebesse a abordagem.
Os disparos atingiram a vítima pelas costas, perfurando o fígado e intestino, e causando sua morte no dia seguinte, após cirurgia de emergência.
A Polícia Militar alegou ter havido um confronto e que o policial teria agido em legítima defesa.
