Alívio no bolso? Após nove meses de altas, alguns produtos registram queda no preço; Confira
De acordo com a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), a expectativa é positiva para os próximos meses

O Rio de Janeiro registrou, em maio, a primeira deflação no setor supermercadista após nove meses consecutivos de inflação. O índice, que engloba alimentos e bebidas vendidos nos supermercados, recuou 0,06% no período, em um movimento que representa alívio no bolso dos consumidores. A retração contribuiu diretamente para manter a inflação geral do estado em níveis baixos, pelo segundo mês seguido: +0,21% em maio, após +0,16% em abril.
Ao analisar os números positivos em relação à desaceleração nos preços, o presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), Fábio Queiróz se mostrou otimista. “Estamos otimistas com a tendência de desaceleração, o que pode trazer maior estabilidade ao poder de compra da população nos próximos meses. É mais comida na mesa do consumidor”, destacou.
Entre os produtos que puxaram essa deflação estão o arroz (-5,82%), o leite longa vida (-1,27%), o frango em pedaços (-0,61%), o queijo (-0,10%) e o biscoito (-2,89%). Para o presidente da ASSERJ, essa queda nos preços representa uma excelente notícia para os fluminenses, que vinham sentindo o impacto da inflação há quase um ano
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Mas, apesar da expectativa positiva, o bolso do consumidor segue pesado, visto que os preços dos produtos seguem sendo um empecilho na hora das compras. Pensando em ouvir a opinião dos clientes, O SÃO GONÇALO visitou dois supermercados em São Gonçalo e Niterói e analisou a deflação.
"Deu uma diferença, pequena, mas deu né, principalmente no preço do arroz. Mas acho que poderia estar muito melhor, os preços ainda estão bem altos e a gente não tem muita escolha, o que resta é pesquisar em mais de um mercado, ir comparando e vendo onde está valendo mais a pena", afirmou a dona de casa Adriana Silva.

"O que tenho visto é que grande parte dos produtos que estão com preço mais baixo, não são de qualidade tão boa, aí não vale a pena. Mas o preço do arroz realmente baixou, assim como o do leite. Mas eu, por exemplo, que trabalho com festa, vou a vários mercados pesquisar, moro no Colubandê e me desloco até para Maricá para achar os preços mais baixos", disse a produtora de eventos, Silvana Rodrigues.

"É complicado porque ao mesmo tempo que o preço de alguns produtos fica melhor para o nosso bolso, em outros o valor aumenta. A solução que tenho encontrado é fazer compras semanais, para justamente ir pesquisando a cada semana o que vale mais a pena, o que está mais em conta, porque antes eu fazia compra de mês, agora é só o básico, e olhe lá", garantiu Valéria Almeida.








No acumulado do ano até maio, o Rio de Janeiro apresentou a sexta menor inflação do país no setor de alimentação no domicílio, com alta de 3,66%, abaixo da média nacional de 4,08% e a menor entre os estados do Sudeste. “Mesmo com o acumulado ainda elevado, o desempenho fluminense é um sinal positivo. Seguimos negociando com os fornecedores para garantir os melhores preços no abastecimento fluminense”, destacou Queiróz.
Enquanto o Rio de Janeiro observou deflação, o Brasil como um todo ainda registrou leve inflação no setor em maio (+0,02%), o nono mês consecutivo de alta, embora com desaceleração em relação a abril (+0,83%). Apenas sete das 16 unidades da federação apresentaram inflação no período, com destaque para Pernambuco (+0,82%).
Alguns itens apresentaram alta em maio, como o pão francês (+2,24%), café moído (+2,81%), contrafilé (+2,73%) e alcatra (+0,84%). Já os artigos de higiene pessoal tiveram inflação leve (+0,14%), influenciada pela alta de produtos como desodorantes (+2,12%) e itens para higiene bucal (+2,67%). Em contrapartida, produtos como sabonete (-3,70%) e papel higiênico (-1,62%) registraram queda nos preços.