Bicicletas e motos elétricas ganham espaço como alternativa ao trânsito nas grandes cidades
Veículos elétricos se tornam opção viável para quem busca economia, mobilidade e sustentabilidade

Fugir do trânsito caótico está entre os maiores desejos de todo e qualquer brasileiro, principalmente para os que vivem nos grandes centros urbanos. Esse desejo, que tem se tornado cada vez mais recorrente, vem se concretizando a partir da busca por veículos que possam ser uma alternativa à rotina cansativa que os meios de transporte proporcionam. Em alta no gosto popular, as bikes e motos elétricas se estabelecem como uma opção relevante para os que desejam ter mais qualidade de vida.
Uma pesquisa da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) e do Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Labmob/UFRJ) revelou que 56% dos entrevistados trocaram os carros por bicicletas elétricas para se deslocar diariamente ao trabalho ou à faculdade.
Além da otimização do tempo e da economia com despesas diárias com transporte, a bicicleta elétrica também impacta positivamente o meio ambiente e até a economia.
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Segundo o vendedor de uma loja em Niterói especializada neste tipo de venda, os benefícios de possuir um veículo elétrico são extremamente atrativos e compensadores. "De dois meses para cá, desde que a gente iniciou a venda das bicicletas/motos elétricas, temos visto uma grande procura, interesse do público, porque é um tipo de veículo que não precisa de emplacamento, habilitação, então tem a praticidade do dia a dia para se deslocar. Até mesmo em questão de economia, porque é um veículo que só precisa ser recarregado, igual um aparelho telefônico", explicou Bernardo Henrique.

O vendedor explicou ainda que a velocidade máxima é limitada a 32 km/h, conforme consta na legislação brasileira, que define um limite de velocidade para veículos elétricos autopropelidos, definidos por características como a potência máxima do motor e a velocidade máxima, e que podem ser utilizados em ciclovias sem necessidade de CNH. Esses veículos, como bicicletas e scooters elétricas, são considerados uma categoria especial dentro do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e não exigem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para serem conduzidos. A velocidade máxima de 32 km/h permite que esses veículos circulem em áreas urbanas sem essa exigência.
"A velocidade de todas as opções deste tipo de veículo que temos na loja é de 32 km/h, é um padrão de acordo com a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). E sim, os veículos elétricos custam um valor mais alto, mas, em comparação com a economia que você vai ter com uma moto a gasolina, por exemplo, vale muito a pena, é um investimento a longo prazo. Além de que ajuda na questão dos poluentes, do meio ambiente e da economia. A gente tem um cliente que utiliza a moto elétrica todos os dias e carrega apenas uma vez por semana. Elas têm uma durabilidade muito boa", disse o vendedor.
Preço em média
A Aliança Bike, a principal associação brasileira do setor de bicicletas, revelou novos números sobre o mercado de bicicletas elétricas (e-bikes) no Brasil. Em 2023, o país registrou a chegada de 200 mil novas unidades, somando modelos importados e fabricados pela indústria nacional. A pesquisa destaca um crescimento contínuo da categoria ao longo dos últimos anos.
No Brasil, os valores geralmente começam em R$ 4.000 para modelos mais básicos e podem ultrapassar R$ 20.000 para versões avançadas, como as E-MTBs de alta performance. O custo-benefício deve ser avaliado considerando fatores como autonomia, potência e durabilidade da bateria. Acredita-se que as e-bikes representam uma das respostas para o futuro do setor no país, contribuindo para a mobilidade urbana e sustentável.
Apesar do alto investimento nesse tipo de veículo, muitos brasileiros estão em uma busca cada vez maior por alternativas sustentáveis, econômicas e que garantam aumento na qualidade de vida.
Para o analista técnico Fernando Vaz, de 47 anos, morador de Niterói, a compra de uma moto elétrica, há cerca de um mês, tem trazido resultados extremamente positivos seja no quesito economia, bem-estar ou preocupação com o meio ambiente.
"Tenho adorado, a locomoção tem sido excelente. Vou até o Centro de Niterói, pego as barcas e vou até a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) com ela. Minha mãe mora no Grajaú, na Zona Norte do Rio, e também tenho usado bastante para ir até lá. E economiza muita coisa, porque eu pago R$ 4,70 nas barcas; se fosse para a Fiocruz de ônibus, seriam mais R$ 12,70, e com esse veículo elétrico vou pelo Píer Mauá, com uma vista bacana, um caminho bacana. Além disso, a extração do mineral da gasolina é muito mais impactante à natureza do que a da bateria, que, se descartada corretamente, tem impacto muito menor", afirmou Fernando.

Resolução do CONTRAN
A Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) nº 996/2023, publicada em junho de 2023, teve um impacto significativo no mercado, especialmente no que diz respeito à circulação das bicicletas elétricas e autopropelidos. A nova regulamentação, que ajustou os critérios de circulação e classificou bicicletas e scooters, resultou em um aumento expressivo na importação desses veículos. Assim, a média mensal de importações subiu de 4.537 unidades entre janeiro e maio de 2023 para 16.766 unidades no segundo semestre
A legislação brasileira, através do CONTRAN, estabelece limites para veículos elétricos, principalmente em relação à velocidade e à potência do motor. Essa regulamentação visa garantir a segurança e o bom funcionamento do trânsito, evitando que veículos de menor potência e velocidade causem acidentes ou congestionamentos. A limitação de 32 km/h, em particular, é um fator crucial para que esses veículos se enquadrem na categoria de "veículos elétricos autopropelidos" que não exigem CNH. Essa categoria é destinada a veículos de menor porte e velocidade, que podem ser usados em ciclovias, ciclofaixas e ruas de menor movimento.
Dúvidas frequentes:
- Precisa ter habilitação para dirigir bicicleta elétrica?
Sim. Segundo determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), proprietários desse veículo precisam ter habilitação. No total, são dois tipos de habilitação permitidos: Tipo ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor) e Tipo A (para motocicletas) e colocar placas.
Por outro lado, bicicletas elétricas não precisam de licenciamento, como acontece com os carros e motos.
- Qual o valor atual de uma bicicleta elétrica?
O preço das bicicletas elétricas variam de acordo com o modelo escolhido. Porém, é possível encontrar a E-BIKE, da marca Golev, por R$ 6.380 ou a E-BIKE Cruiser S Plus por R$ 11.980.
Para saber mais detalhes sobre a resolução CONTRAN Nº 996, de 15 de junho de 2023, que dispõe sobre o trânsito, em via pública, de ciclomotores, bicicletas elétricas e equipamentos de mobilidade individual autopropelidos, além de regras, quilometragem e demais informações, basta acessar a publicação no Diário Oficial da União.