Estudo aponta que fêmeas de Aedes aegypti podem picar por cima das roupas; entenda
O estudo da Universidade Federal de Lavras (UFLA) indica que o tamanho do aparelho bucal das fêmeas, vetores da doença, facilitam a contaminação sob tecidos
![Mais de três milhões e 100 mil casos de dengue foram registrados no Brasil em 2024](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/Artigo-Destaque/140000/1200x720/Estudo-aponta-que-femeas-de-Aedes-aegypti-podem-pi0014416700202404121514-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F140000%2FEstudo-aponta-que-femeas-de-Aedes-aegypti-podem-pi0014416700202404121514.jpg%3Fxid%3D606538%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1713827897&xid=606538)
Um estudo feito pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, indicou que o mosquito Aedes Aegypti pode picar até mesmo por cima da roupa. A pesquisa indica que o tamanho do aparelho bucal das fêmeas, vetores da doença, facilitam a contaminação sob tecidos. A descoberta pede reforço e revisão do protocolo do uso de repelente pelas pessoas, agora com duas aplicações: uma antes de se vestir e outra após.
Durante o processo, os pesquisadores descobriram que em contato com o tecido que está sobre a pele, o mosquito consegue fazer com que o aparelho bucal atravesse a roupa e se alimente do sangue. Responsável pelo estudo, a coordenadora do Núcleo de Pesquisa Biomédica da UFLA, Joziana Barçante, contou em entrevista à CBN BH que a contaminação pelo mosquito ocorre porque a fêmea tem um aparelho bucal alongado, capaz de ultrapassar até o tecido das roupas.
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"A gente fez a filmagem desse procedimento da fêmea pousando sobre a luva na mão calçada e com o jaleco na mão também. E fizemos a filmagem de todo esse procedimento dela se alimentando. Então, a fêmea do Aedes aegypti ela tem um aparelho bucal diferente de alguns outros insetos. Ele que é bem longo. Nesse processo, ela precisa sondar a pele para introduzir o aparelho bucal e chegar direto no capilar sanguíneo e fazer essa alimentação mesmo com a roupa", explicou a coordenadora.
Uma nova fase de estudos vai ser iniciada com a UFMG, tendo como objetivo descobrir se os mosquitos também conseguem infectar pessoas vestidas com roupas de tecidos mais grossos e com cores variadas, como explicou Joziana Barçante.
"Esse estudo vai ser delineado a partir de agora para esses diferentes tecidos e diferentes cores de tecidos também. Porque a gente também recebeu muita demanda questionando se o tipo de roupa, se a coloração da roupa tem influência também nessa atração ou nessa repelência de insetos, então é uma nova fase que a gente entra agora", afirmou.
Mais de três milhões e 100 mil casos de dengue foram registrados no Brasil em 2024. Segundo o Ministério da Saúde, 1.292 mortes foram contabilizadas. Outras 1.875 estão em investigação. Os dados foram divulgados pelo Painel de Monitoramento de Arboviroses.