Cantora relata que funcionária de aeroporto queria revistar seu cabelo no Rio
Luciane Dom estava a caminho de São Paulo e já tinha passado por scanner corporal; A Infraero afirma que ela foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual e que ela não foi revistada no cabelo
![Cantora diz que black power foi revistado em aeroporto do Rio](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/Artigo-Destaque/140000/1200x720/Cantora-relata-que-funcionaria-de-aeroporto-queria0014129900202312141756-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F140000%2FCantora-relata-que-funcionaria-de-aeroporto-queria0014129900202312141756.jpg%3Fxid%3D589564%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1713801955&xid=589564)
Uma cantora usou as redes sociais para denunciar que uma funcionária do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, disse que seu cabelo teria que ser revistado nesta quinta-feira (14). Luciane Dom disse que já tinha colocado a mala no scanner, e também tinha passado pelo scanner corporal.
"Chego no aeroporto Santos Dumont e sou parada por uma 'revista aleatória', minutos antes de embarcar", contou a artista.
Segundo ela, uma funcionária se aproximou e disse que teria que revistar seu cabelo, que é black power.
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"A mulher me diz 'tenho que olhar seu cabelo'. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou", continuou o relato.
"As coisas nunca são suaves para pessoas como eu. Queria ao menos ter ânimo e cabeça pra continuar divulgando o som e falando o que eu tava falando durante a semana.. queria estar leve! Mas não", lamentou Luciane.
A música da cantora, "É Natal", será lançada nesta sexta-feira (15). A artista fez a viagem para trabalhar em um musical em São Paulo.
"A gente vive em uma estrutura racista. Fere a nossa dignidade. Revistaram a minha mala, o scanner não apitou nada. A gente está em 2023, a parada parece que não muda. Não quero me sentir adoecida por isso. É muito cruel", concluiu.
A cantora e compositora recebeu apoio de internautas depois do relato, assim como foi alvo de comentários racistas.
Em nota, a Infraero disse que Luciane foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual e que foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve revista nos cabelos.
"Importante ressaltar que a inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade, profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra característica do passageiro", afirmou o comunicado.
"A Infraero reitera que repudia quaisquer formas de discriminação, que comportamentos como injúria racial e racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração e está à disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos que façam necessários", completou.