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Moradores de Boaçu estão sem água há mais de um mês

Eles alegam que o abastecimento foi interrompido após a realização de algumas obras na região

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de agosto de 2023 - 14:02
Sem água, os moradores têm encontrado formas alternativas para seguirem com suas tarefas
Sem água, os moradores têm encontrado formas alternativas para seguirem com suas tarefas -

Há mais de um mês os moradores da Rua Nicolau Tolentino, no bairro de Boaçu, em São Gonçalo, estão sem água para realizar as tarefas mais básicas do dia a dia, como tomar banho, lavar louça e escovar os dentes. Se virando da forma que podem e se ajudando quando possível, eles esperam uma solução rápida para que possam voltar a viver suas vidas normalmente.

Segundo o morador Rodrigo Oliveira de Almeida, de 37 anos, a falta de água começou após a realização de obras nas ruas Pereira Rangel, Alberto Sampaio e Cândido Lacerda. As obras, que tinham como objetivo solucionar o abastecimento de água, trocar postes e asfaltar e pavimentar ruas e calçadas, acabaram não contemplando todo o bairro, o que resolveu o problema de alguns, e criou problemas para outros, como é o caso de Rodrigo.

Ele, que é porteiro e mora na mesma casa desde que nasceu, contou que a região nunca teve a colocação de um hidrômetro, mas eles também nunca ficaram sem água. De acordo com ele, seu pai foi o responsável por levar água para a rua, e tem um registro de água de 1990, quando a concessionária responsável pelo abastecimento da região ainda era a CEDAE. Hoje, é a Águas do Rio que realiza este serviço. 


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Agora, com tudo o que Rodrigo e seus vizinhos vêm enfrentando, ele se sente impotente, e lamenta que os esforços de seu pai tenham sido em vão.

“Os moradores estão comprando pipa d'água e um ajudando o outro. Eu tenho uma cisterna e estou doando água, mas deve ter praticamente uma semana até a minha água acabar também. Os moradores estão indo de porta em porta, em ruas vizinhas com balde e garrafas, igual no tempo antigo, antes do meu pai conseguir água para essa rua. É uma sensação de que o esforço do meu falecido pai não valeu de nada”, disse Rodrigo.

De acordo com outra moradora da rua, a balconista Rosane Nunes Rodrigues, de 35 anos, os dias têm sido difíceis, principalmente por sua filha, de 10 anos, ter a doença autoimune, vitiligo, e precisar de cuidados especiais com a pele. 

“Eu não sei mais o que fazer. Eu não tenho mais água pra nada, eu não tenho mais como comprar pipa d’água. Eu não tenho água pra beber, não tenho água pra tomar banho… A minha filha tem vitiligo, e já está ficando com a pele irritada. Eu preciso de água limpa para dar banho nela.”, declarou Rosane, que revelou que outras pessoas da rua que também precisam de cuidados especiais estão passando por problemas semelhantes.

Por isso, Rosane tem tentado encontrar formas de seguir com a sua rotina, e tem contado com a solidariedade de vizinhos para isso. “Eu tenho um vizinho que tem um poço artesiano, que está me doando água, mas essa água é só para limpar a casa mesmo. Não tem como beber, não tem como fazer comida, não tem como fazer nada.”

Procurada pelo OSG, a Águas do Rio, concessionária responsável pelo abastecimento da região, informou: “A Águas do Rio esclarece que, até o momento, as ruas não possuem rede de abastecimento de água da concessionária. Uma equipe será enviada ao local para analisar uma viabilidade técnica de implantação de rede de abastecimento. O plano de investimentos da concessionária prevê a expansão gradual dos serviços até que 99% da população urbana seja atendida com abastecimento de água.”

Além disso, foi esclarecido que mesmo com a presença de abastecimento irregular, a empresa não tem o costume de cortar a água de imediato, e sim, tentar regularizar o abastecimento na região solicitada, e por isso, afirma que a falta de água que tem atingido a região não é proveniente de cortes da concessionária Águas do Rio.

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