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Com vitória do Brasil, mais ruas de São Gonçalo recebem decoração para a Copa

Ruas na Lagoinha, na Covanca e no Jardim Catarina também se enfeitaram para a Copa

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 25 de novembro de 2022 - 20:47
Gonçalenses se reúnem para torcer e celebrar futebol brasileiro na Copa com enfeites e pinturas de rua em São Gonçalo
Gonçalenses se reúnem para torcer e celebrar futebol brasileiro na Copa com enfeites e pinturas de rua em São Gonçalo -

A estreia vitoriosa do Brasil na Copa do Mundo 2022, na última quinta-feira (24/11), contagiou a torcida ao redor de todo o país e em São Gonçalo não foi diferente. Moradores de várias regiões do município expressaram sua empolgação com o evento esportivo com decoração especial nas ruas.

Leia mais: Moradores do Pita e do Porto Novo decoram São Gonçalo para Copa

Os moradores da rua 29, que faz esquina com a avenida Dr. Albino Imparato, no Jardim Catarina, chegaram a começar os trabalhos de decoração antes do jogo, mas se animaram de vez com a vitória por 2 a 0 contra a Sérvia. "Até domingo vamos fazer mais pinturas e bandeiras, para o jogo de segunda", se planeja o morador Luciano Muniz, de 47 anos.

A via, que Luciano diz ser "a mais falada de São Gonçalo", já está inspirando outros endereços do bairro a se enfeitarem em antecipação pelo Hexa. "A primeira rua do bairro a ser enfeitada foi essa aqui. Depois, as outras foram se empolgando", compartilha o morador, que acredita que esse tipo de ação ajuda a combater estigmas negativos associados ao Jardim Catarina: "O povo fala muita coisa daqui, mas 'rola' muita mentira. Aqui, nessa rua, é um ótimo lugar para se morar".   

"A primeira rua do bairro a ser enfeitada foi essa aqui", conta, com orgulho, morador da rua 29, no Jardim Catarina
"A primeira rua do bairro a ser enfeitada foi essa aqui", conta, com orgulho, morador da rua 29, no Jardim Catarina |  Foto: Layla Mussi
  

Outro ponto da cidade que é vítima de certos preconceitos, mas não deixou de ser adornado para a Copa, é o chamado Morro da Alegria, no bairro Lagoinha. "Os moradores da rua são antigos. Aqui não tem tráfico, não tem barricada" esclarece Fernanda Monteiro, de 40 anos, a respeito de estereótipos infundados que a região recebe.

Em sua rua, a via Delfim Moreira, a moradora iniciou um movimento que acabou inspirando ornamentações na rua toda. "Esse ano ninguém ia enfeitar aqui. Do nada, a Fernanda começou a colocar fitinhas aqui na frente da casa dela. Aí começa, um vizinho a dá fita, outro dá uma latinha de tinta. Quando vimos, já tinha decorado a rua toda”, conta a irmã da moradora, Andreia Monteiro, de 45 anos, que reside no mesmo endereço e também ajudou nos enfeites.

Moradores da rua Delfim Moreira, na Lagoinha, nem planejavam decoração especial, mas acabaram entrando no clima
Moradores da rua Delfim Moreira, na Lagoinha, nem planejavam decoração especial, mas acabaram entrando no clima |  Foto: Layla Mussi
  

Do outro lado do município, na Covanca, outro grupo de moradores se reuniu para manter vivo o costume das decorações de Copa. A rua Dr. Olávo Lamêgo, já trouxe para suas paredes dois novos grafites para fortalecer o clima do Hexa. "É uma coisa que vem de geração em geração. Toda Copa a gente faz isso", comenta o morador Sérgio Luís, de 41 anos.

Para tirar do papel as ilustrações, Sérgio e outros residentes do bairro contam com a ajuda de um nome bem popular na região: Charlles Mello, reconhecido pelo apelido Babau. Dono de uma oficina mecânica no Pita e ilustrador, Babau realiza diversos projetos sociais na região e é o autor das tradicionais pinturas na via na Covanca. 

"Babau é o único político que não é político que conheço. Ele faz tudo por amor. A gente oferece até ajuda com os custos, mas nem isso ele aceita, faz por amor", afirma Mauro Bizzo, de 65 anos, morador e amigo do ilustrador. Para Babau, a missão tem um propósito especial: retribuir o trabalho das gerações passadas e proporcionar algo de positivo para as mais novas.

"É uma coisa que vem de geração em geração. Toda Copa a gente faz isso", explica morador da Covanca
"É uma coisa que vem de geração em geração. Toda Copa a gente faz isso", explica morador da Covanca |  Foto: Layla Mussi
  

"Mesmo que o Brasil tivesse empatado ou perdido, a gente continuaria fazendo a decoração e as festas. É uma tradição, a gente faz porque vimos os moradores antigos fazendo. E hoje a gente faz para inspirar as crianças também", declara o morador.

Além das pinturas e bandeirinhas, o local também tem como tradição nas Copas realizar um pequeno bloco durante os jogos do Brasil. Com direito a bateria, samba e um ambiente festivo para as crianças da região, o 'Carnaval antecipado' da Olavo Lamêgo é quase ume vento à parte, para além da Copa.

"Ontem a gente viu tudo, menos futebol. Nosso bloco foi animado demais. A gente bota as cadeiras, a televisão com o jogo ali, e aqui no meio fica lotado de criança", comemora Mauro, que já prometeu: "na partida de segunda tem de novo!"

Além de grafites e bandeirinhas, rua na Covanca tem tradição de realizar blocos festivos em dias de jogo do Brasil
Além de grafites e bandeirinhas, rua na Covanca tem tradição de realizar blocos festivos em dias de jogo do Brasil |  Foto: Layla Mussi
  

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