Com vitória do Brasil, mais ruas de São Gonçalo recebem decoração para a Copa
Ruas na Lagoinha, na Covanca e no Jardim Catarina também se enfeitaram para a Copa

A estreia vitoriosa do Brasil na Copa do Mundo 2022, na última quinta-feira (24/11), contagiou a torcida ao redor de todo o país e em São Gonçalo não foi diferente. Moradores de várias regiões do município expressaram sua empolgação com o evento esportivo com decoração especial nas ruas.
Leia mais: Moradores do Pita e do Porto Novo decoram São Gonçalo para Copa
Os moradores da rua 29, que faz esquina com a avenida Dr. Albino Imparato, no Jardim Catarina, chegaram a começar os trabalhos de decoração antes do jogo, mas se animaram de vez com a vitória por 2 a 0 contra a Sérvia. "Até domingo vamos fazer mais pinturas e bandeiras, para o jogo de segunda", se planeja o morador Luciano Muniz, de 47 anos.
A via, que Luciano diz ser "a mais falada de São Gonçalo", já está inspirando outros endereços do bairro a se enfeitarem em antecipação pelo Hexa. "A primeira rua do bairro a ser enfeitada foi essa aqui. Depois, as outras foram se empolgando", compartilha o morador, que acredita que esse tipo de ação ajuda a combater estigmas negativos associados ao Jardim Catarina: "O povo fala muita coisa daqui, mas 'rola' muita mentira. Aqui, nessa rua, é um ótimo lugar para se morar".

Outro ponto da cidade que é vítima de certos preconceitos, mas não deixou de ser adornado para a Copa, é o chamado Morro da Alegria, no bairro Lagoinha. "Os moradores da rua são antigos. Aqui não tem tráfico, não tem barricada" esclarece Fernanda Monteiro, de 40 anos, a respeito de estereótipos infundados que a região recebe.
Em sua rua, a via Delfim Moreira, a moradora iniciou um movimento que acabou inspirando ornamentações na rua toda. "Esse ano ninguém ia enfeitar aqui. Do nada, a Fernanda começou a colocar fitinhas aqui na frente da casa dela. Aí começa, um vizinho a dá fita, outro dá uma latinha de tinta. Quando vimos, já tinha decorado a rua toda”, conta a irmã da moradora, Andreia Monteiro, de 45 anos, que reside no mesmo endereço e também ajudou nos enfeites.

Do outro lado do município, na Covanca, outro grupo de moradores se reuniu para manter vivo o costume das decorações de Copa. A rua Dr. Olávo Lamêgo, já trouxe para suas paredes dois novos grafites para fortalecer o clima do Hexa. "É uma coisa que vem de geração em geração. Toda Copa a gente faz isso", comenta o morador Sérgio Luís, de 41 anos.
Para tirar do papel as ilustrações, Sérgio e outros residentes do bairro contam com a ajuda de um nome bem popular na região: Charlles Mello, reconhecido pelo apelido Babau. Dono de uma oficina mecânica no Pita e ilustrador, Babau realiza diversos projetos sociais na região e é o autor das tradicionais pinturas na via na Covanca.
"Babau é o único político que não é político que conheço. Ele faz tudo por amor. A gente oferece até ajuda com os custos, mas nem isso ele aceita, faz por amor", afirma Mauro Bizzo, de 65 anos, morador e amigo do ilustrador. Para Babau, a missão tem um propósito especial: retribuir o trabalho das gerações passadas e proporcionar algo de positivo para as mais novas.

"Mesmo que o Brasil tivesse empatado ou perdido, a gente continuaria fazendo a decoração e as festas. É uma tradição, a gente faz porque vimos os moradores antigos fazendo. E hoje a gente faz para inspirar as crianças também", declara o morador.
Além das pinturas e bandeirinhas, o local também tem como tradição nas Copas realizar um pequeno bloco durante os jogos do Brasil. Com direito a bateria, samba e um ambiente festivo para as crianças da região, o 'Carnaval antecipado' da Olavo Lamêgo é quase ume vento à parte, para além da Copa.
"Ontem a gente viu tudo, menos futebol. Nosso bloco foi animado demais. A gente bota as cadeiras, a televisão com o jogo ali, e aqui no meio fica lotado de criança", comemora Mauro, que já prometeu: "na partida de segunda tem de novo!"
