Justiça do Rio congela ações da Eagle, mantém Textor no Botafogo e aponta dívida de R$ 152 milhões
Medida congela bens da empresa e impede qualquer mudança na hierarquia

A 3ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro congelou as ações da Eagle Football Holdings na SAF do Botafogo, nesta quinta-feira (31). A medida, chamada judicialmente de arresto, impede quaisquer tentativas de troca na hierarquia e mantém John Textor como controlador do Botafogo, porque, na prática, o congelamento dos bens é uma garantia de pagamento de dívida.
A medida também determina o pagamento de 23 milhões de euros (R$ 152 milhões) da Eagle ao próprio Glorioso. O valor corresponde à metade do valor da dívida vencida que a rede tem com o clube carioca.
Segundo o 'ge', a petição cita que a ideia de Textor tinha uma "rede colaborativa" como premissa central, mas que o Alvinegro despontou como um fator "desequilibrante" na Eagle a nível esportivo e financeiro.
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O texto menciona as conquistas do Alvinegro no Brasileirão e na Libertadores de 2024 como contraponto às situações do Lyon e do RDWM Brussels (antigo Molenbeek), com grave crise financeira na França e rebaixamento na Bélgica.
Confira trechos do documento:
"Em razão disso, mas imbuído no espírito família Eagle e fundado na relação de fidúcia construída com Textor, o Botafogo passou a financiar as operações e a tentativa de retomada dos outros clubes, especialmente o Lyon, por intermédio de sucessivos empréstimos direcionados à Eagle Bidco, lastreados em instrumentos de mútuo, que consubstanciam, naturalmente, títulos executivos extrajudiciais (CPC, art. 784, III)"
"(...) Parte do débito já vencida e não paga relativo a esses títulos há outros débitos ainda sem vencimento perfaz, atualmente, o montante substancial de R$ 152.500.770,56 (cento e cinquenta e dois milhões, quinhentos mil, setecentos e setenta reais e cinquenta e seis centavos), o que deu azo, então, ao ajuizamento desta demanda executiva, inclusive ao requerimento liminar de arresto; afinal, como se verá adiante, a expectativa, sobretudo em virtude das recentes notícias sobre o tema, é que não se tenha qualquer pagamento por parte da Eagle Bidco."
"(...) A SAF Botafogo, por seu turno, não poderia aguardar inerte. Afinal, se o risco de inadimplência da Eagle Bidco já existe em virtude dos dispendiosos compromissos assumidos junto ao Lyon, esse risco recrudesce, de forma descomunal, caso advenha uma modificação no controle da mencionada sociedade empresarial, mediante a possível ascensão de um novo e ignoto controlador, sem quaisquer laços com o Botafogo ou a mais mínima preocupação relacionada aos rumos futuro e ao sucesso desportivo do clube."