Botafoguenses, Gottardo e Byafra se encontram no Caio Martins e relembram histórias do Alvinegro
O cantor botafoguense esteve em um bate papo com Wilson Gottardo, ex-jogador campeão brasileiro em 1995

O Museu da Pelada, idealizado por Sergio Pugliese, que conta com um grupo de apaixonados por futebol e busca resgatar e exaltar ex-jogadores e peladeiros do esporte bretão, realizou um encontro entre dois ídolos brasileiros: o cantor niteroiense, e acima de tudo alvinegro, Byafra, e o craque Wilson Gotardo, um dos heróis do título carioca de 1989 e do campeonato brasileiro de 1995, ambos pelo Botafogo. O bate papo aconteceu no último sábado (17), no estádio Caio Martins, em Niterói, que foi palco de inúmeros jogos emocionantes do Botafogo na década de 90.
Gottardo, de 61 anos, teve uma longa carreira com passagens por gigantes do futebol brasileiro como Botafogo, Flamengo, Fluminense, Cruzeiro e São Paulo. O ex-zagueiro relembrou seu início como atleta: “Eu entrei no profissional mesmo no União Barbarense, um sonho que se concretizou em 1982 quando eu assinei o contrato. Pensei comigo, 19 anos, assinei o primeiro contrato profissional, será que vou conseguir? Tinha algumas dúvidas sim, muitas coisas envolvidas", contou.

Botafoguense e com presença marcante na arquibancada nos títulos do Campeonato Carioca de 1968 e 1989, e do Brasileiro de 1995, o cantor Byafra, de 67, também falou sobre o início de sua carreira como cantor: “Eu nunca pensei em entrar na música, até os 12 anos eu era aquele garoto que não parava quieto. Eu pegava umas latas de tinta e ficava tocando na garagem, batendo aquelas latas. Um dia minha vó chegou com uma flauta doce e me colocou na aula, aí eu comecei a tocar. Aí depois eu entrei em coral, começamos a cantar, aprender música mesmo, ler música. E a música popular chegou depois, quando a gente montou um grupo em Niterói chamado Circo”, disse.
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Eu sou Botafogo porque sou apaixonado por essa camisa aqui. O Botafogo tem a ver com meu estado de espírito, combina com as coisas que eu acho Byafra
Desde novo, com uma ligação muito forte com o futebol, Byafra falou um pouco sobre o amor pelo time do coração: “Eu sou Botafogo porque sou apaixonado por essa camisa aqui. O Botafogo tem a ver com meu estado de espírito, combina com as coisas que eu acho. Eu já nasci campeão, em 1957, quando o Botafogo foi campeão Carioca em cima do Fluminense, com uma goleada de 7 a 2. Depois, meu pai começou a me levar ao Maracanã e eu ainda peguei o finalzinho da carreira do Garrincha. Em 1968 eu tinha 11, 12 anos, eu vi Zé Carlos, Leônidas, Carlos Alberto, Paulo César, Jairzinho conquistarem mais um título em cima do Vasco”, afirmou.
A quebra do jejum de 89 foi muito emocionante. Pelo histórico todo, no que vinha acontecendo já com o clube, a gente acaba sentindo isso na pele diariamente Gottardo
O futebol, feito de vitórias e derrotas, mexe ao máximo com as emoções de torcedores e mais ainda, com os atletas que estão dentro de campo. Perguntado sobre os melhores e piores momentos vivenciados dentro das quatro linhas, Gottardo relembrou a conquista do carioca de 1989, que acabou com um jejum de 21 anos sem títulos do Botafogo, e quando um técnico o deixou de fora de uma grande partida em 97, quando vestia a camisa do Cruzeiro. “A quebra do jejum de 89 foi muito emocionante. Pelo histórico todo, no que vinha acontecendo já com o clube, a gente acaba sentindo isso na pele diariamente. A cada campeonato era aquele mais um ano, mais um ano, e quando rompeu aquilo, estancou, foi muito importante a quebra desse jujem”, relembrou.

“Um ponte negativo foi ter ficado de fora de um jogo contra o Borussia Dortmund em 97. Eu fiquei de fora por opção do treinador, uma opção que não envolvia nada tecnicamente, é alguma coisa diferente, ele fala lá, mas a gente sabe muito bem que não foi isso, ficou pra história”, se referindo a um episódio envolvendo o treinador do Cruzeiro na época, Nelsinho Batista.
Atuando em uma época, em que o alvinegro passava por dificuldades financeiras e problemas estruturais, Gottardo respondeu sobre as diferenças entre o Botafogo dos anos 90 e o atual, comandado pelo empresário John Textor: “A estrutura, o profissionalismo, é totalmente diferente. Eu tive a oportunidade de conhecer o Centro de Saúde e Performance no ano passado, com o convite do Artur Jorge, para tomar um café da manhã. Ficamos ali um tempo com os atletas também, conversando. O espaço do CT é fantástico e ainda está sendo desenvolvido. Salários em dia, bons salários também. Enfim, num todo, as logísticas todas. Isso é um sonho”, elogiou.
Relembrando o passado, Byafra também falou sobre momentos marcantes que vivenciou nas arquibancadas acompanhando o alvinegro: “Teve aquele bicampeonato carioca de 67/68 que me marcou muito também, porque eu era criança. Então sempre marca mais as coisas, esse Brasileiro de 95 também foi muito importante pra gente, porque ainda não havíamos conquistado um, apesar de termos conquistado o Roberto Gomes Pedro (torneio disputado entre 1967-1970)”, afirmou.

"Eu gostava de ver o espetáculo, pra mim o futebol é um espetáculo artístico, como se fosse uma orquestra. A orquestra funciona como um time de futebol jogando bem. Eu gosto muito do jogo, não gosto dos bastidores, eu gosto mais de ver o campo", comparou.
Ao final da entrevista, a equipe do jornal São Gonçalo, desafiou Gottardo a um desafio de X1, entre os jogadores campeões brasileiros em 1995 e os de 2024, pelo Botafogo.
A entrevista completa vai estar disponível no próximo domingo no canal do Museu da Pelada no Youtube que você pode acessar clicando AQUI.